ICL Notícias

União Brasil pede a cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão no TSE

Partido visa recuperar a cadeira do parlamentar, que foi expulso da legenda em março
25/06/2024 | 05h00

O União Brasil pediu a cassação do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O parlamentar é acusado pela Polícia Federal (PF) de ser mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motrorista Anderson, juntamente com o irmão Domingos Brazão. O partido quer reaver a vaga na Câmara após Chiquinho ser expulso do partido em março.

O argumento do União Brasil é que Chiquinho teria cometido infidelidade partidária enquanto ainda era ligado ao partido. No pedido, a legenda diz que caso o deputado mantenha o posto, isso “poderia prejudicar a confiança pública no sistema político, que depende de figuras públicas que não apenas professam, mas também praticam os princípios éticos e democráticos”.

Cassação do mandato

Chiquinho foi expulso do União Brasil em março deste ano após vir a público o relatório da PF que acusava o parlamentar de homicídio. Caso Chiquinho perca o mandato, quem ocuparia a cadeira seria o primeiro suplente, Ricardo Abrão, sobrinho do bicheiro Aniz Abraão David e ex-secretário especial de Ação Comunitária da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Segundo o sistema proporcional de eleição para cargos no Legislativo, as cadeiras pertencem aos partidos, não aos deputados. Logo, de acordo com a Lei dos Partidos Políticos (lei n.º 9.096/1995), caso um deputado se desfilie do partido, ele perde o seu cargo, contudo, a lei não inclui a possibilidade da expulsão do deputado partido. Por isso, Chiquinho Brazão ocupa uma cadeira pertencente ao União Brasil sem fazer parte do partido.

A posição do TSE, no entanto, é que “seria incabível a propositura de ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária se o partido expulsa o mandatário da legenda, pois a questão alusiva a infidelidade partidária envolve o desligamento voluntário da agremiação”.

O União Brasil argumenta dizendo que a jurisprudência da Corte favorece Chiquinho e sua sobrevivência política, e considera que a natureza das acusações contra Brazão ferem os princípios da moralidade e da fidelidade partidária.

MPE

O Ministério Público Eleitoral se manifestou contra o pedido do partido, afirmando que expulsão não gera infidelidade partidária. Segundo o vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa, o TSE tem firme ciência que não é cabível perda de mandato eletivo por infidelidade partidária neste caso.

“Os motivos que levaram a prisão preventiva do representado e, por consequência, a instauração do procedimento para expulsão do filiado com base no Estatuto Partidário dizem respeito a causa não afeta à competência da Justiça Eleitoral”, afirma o vice-PGE.

Leia também

Eduardo Cunha e filho de Domingos Brazão agiram para soltar Chiquinho Brazão

Conselho de Ética inicia processo de cassação de Chiquinho Brazão

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail