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Uso da Inteligência Artificial cresce no Brasil, mas desigualdade de acesso persiste

Jovens impulsionam adoção da ferramenta, mas barreiras sociais limitam alcance
21/03/2025 | 05h00
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O uso da Inteligência Artificial tem se expandido rapidamente no Brasil, especialmente entre os mais jovens. Uma pesquisa da HSR Specialist Researchers revelou que 83% dos brasileiros entre 18 e 24 anos e 84% daqueles entre 25 e 34 anos já utilizaram alguma ferramenta baseada em IA.

Apesar desse crescimento, o acesso à tecnologia ainda reflete desigualdades socioeconômicas. Entre os entrevistados da classe A, 95% afirmam já ter usado Inteligência artificial, enquanto nas classes C2, D e E esse número cai para 61%. A escolaridade também influencia: 80% dos que possuem ensino superior completo já experimentaram essas soluções, contra apenas 31% dos que concluíram o ensino médio.

Desafios na adoção da Inteligência Artificial

Segundo Bruno Nunes, CEO da Base39, a confiança no aprendizado tecnológico impacta diretamente a adoção da IA. Ele destaca que grupos mais privilegiados assimilam essas ferramentas com maior facilidade, o que pode ampliar desigualdades no mercado de trabalho, onde essas competências estão cada vez mais valorizadas.

“A IA generativa já demonstra seu potencial, mas, para garantir um avanço equitativo, é essencial investir em capacitação e políticas públicas que tornem essa tecnologia acessível a todos”, afirma Nunes.

Inteligencia artificial

Cada vez mais humanos usam mais IA para o dia a dia. (Foto: Reprodução)

O ChatGPT é a plataforma de Inteligência Artificial mais popular entre os brasileiros, seguido pela Meta AI, que está integrada ao WhatsApp e tem atraído um público mais velho. No entanto, muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para compreender e aplicar essas tecnologias no dia a dia profissional. Usabilidade e facilidade de operação são fatores essenciais para ampliar o alcance da IA.

Percepção sobre impactos da IA

Mesmo diante dos desafios, a maioria dos brasileiros vê a IA de forma positiva. A pesquisa indica que 70% acreditam que a tecnologia pode melhorar a vida pessoal, enquanto 73% enxergam impactos favoráveis no mercado de trabalho. Já no contexto global, como questões ambientais, a confiança é menor: 65% acreditam que a IA pode trazer benefícios, o que pode estar ligado à falta de conhecimento sobre o alto consumo energético dessas plataformas.

Para Nunes, a expansão da Inteligência Artificial precisa vir acompanhada de inclusão e ética. “Investir apenas em tecnologia não é suficiente. É fundamental considerar os impactos sociais para que o futuro da IA seja não apenas promissor, mas também justo e acessível a todos”, conclui.

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