Uma vacina brasileira, desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP), contra o Plasmodium vivax, o tipo mais comum de malária no país, está em fase de patente e até janeiro deve ter o pedido de testes em humanos protocolado em agências reguladoras.
O imunizante passou pela fase pré-clínica para avaliar qualidade, eficácia e segurança, com resultados promissores. Hoje, não existe uma vacina contra a malária vivax. A doença é causada pelo parasita do gênero Plasmodium e transmitida para humanos pela picada de fêmeas de mosquitos Anopheles.
“Temos um produto inédito no mundo e inteiramente produzido no Brasil. Meu objetivo desde o início da pesquisa, há mais de dez anos, foi conseguir uma vacina. Agora estamos na etapa final para autorização dos estudos clínicos”, diz a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) Irene Soares.
Vacina
A vacina é chamada de Vivaxin. O imunizante foi apresentado durante o 2º Congresso de Inovação e Sustentabilidade do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) pelo CT-Vacinas da UFMG.
O pedido de patente foi feito no final de outubro. Os resultados dos últimos testes devem ser publicados em breve em revista científica.
Durante os estudos, o imunizante foi capaz de induzir níveis altos de anticorpos em camundongos e coelhos. A formulação combina em uma única molécula três diferentes formas genéticas, as chamadas variantes alélicas, com o objetivo de aumentar a eficácia e proteger contra todas as variações.
No estudo com a nova formulação, os anticorpos produzidos pelos camundongos imunizados reconheceram as três variantes, conseguindo, em alguns casos, prevenir completamente a infecção.
Malária
A malária provoca febre, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Em casos graves leva a convulsões, hemorragias e alteração da consciência. De janeiro a outubro deste ano, o Brasil registrou 117.946 casos da doença, sendo que 80% deles (95.113) foram provocados pelo Plasmodium vivax, segundo o Ministério da Saúde.
Deixe um comentário