O ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira afirmou neste domingo (17), em Hamallah, na Cisjordânia, que o Brasil vai liderar campanha para incluir a Palestina como membro pleno da ONU (Organização das Nações Unidas). Em discurso, o chanceler também criticou as ações do governo de Israel na Faixa de Gaza, consideradas “imorais e ilegais”.
Mauro Vieira viajou à Cisjordânia para representar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi anunciado como membro de honra da Fundação Yasser Arafat. As informações são do jornalista Jamil Chade.
Vou dizer de forma alta e clara: é ilegal e imoral impedir pessoas de ter acesso à comida e água. É ilegal e imoral atacar operações humanitárias e quem está buscando ajuda. É ilegal e imoral impedir os doentes e feridos de assistência de saúde. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais sagrados, cemitérios e abrigos”, criticou o chanceler.
Mauro Vieira também participou de reunião com o chanceler palestino Riyad Al Maliki. No encontro, o chefe da diplomacia brasileira pediu a inclusão da Palestina como membro pleno da ONU e a criação do Estado palestino, “vivendo lado a lado em segurança e paz, com fronteiras mutuamente aceitas e reconhecidas internacionalmente”.
Em 2012, a Assembleia Geral da ONU garantiu aos palestinos o status de membro observador — diplomatas podem participar dos debates, mas não têm direito a voto. Mas, na época, nove países votaram contra a entrada da Palestina na organização, entre eles EUA e Israel.
Vieira: Brasil quer alimentos em Gaza
Na última quinta-feira (4), no Senado, Mauro Vieira afirmou que Israel viola o direito humanitário internacional ao não permitir a entrada de suprimentos e alimentos na Faixa de Gaza.
À comissão do Senado, o ministro disse que se estima que mais de 15 mil toneladas de suprimentos de ajuda humanitária internacional aguardam aprovação do governo de Israel para entrar em Gaza, sendo mais da metade dessa carga de alimentos.
“Sem sombra de dúvida, o bloqueio à ajuda humanitária no contexto atual de fome e falta de insumos médicos em Gaza consiste em uma violação do direito internacional. O governo do primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu] continua dificultando sistematicamente a entrada de caminhões com ajuda humanitária nas fronteiras com Gaza”, disse Vieira.
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