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Acordo para votação do arcabouço fiscal é adiado depois de ‘desentendimento’ entre Lira e Haddad

Tributação de empresas ‘offshores’ seria pano de fundo da rixa entre Lira e Haddad
16/08/2023 | 12h15

Os líderes da Câmara dos Deputados adiaram novamente o fechamento de um acordo para votação do novo arcabouço fiscal (PLP 93/23). Em reunião na terça-feira (15), na Residência Oficial da Câmara, os parlamentares não debateram as alterações do texto feitas pelo Senado, conforme reportagem publicada no jornal O Globo. O tema será discutido na próxima segunda-feira (21).

O relator da proposta na Câmara dos Deputados, Claudio Cajado, negou que o adiamento tenha relação com a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, que foi ao ar na segunda (14), Haddad disse que a Câmara dos Deputados “está com poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo”. O ministro continuou: “Passei nove anos em Brasília e nunca vi nada parecido. Tem que haver uma moderação que deve ser construída”.

Na segunda-feira, Haddad e Arthur Lira conversaram por telefone, após a entrevista concedida pelo ministro repercutir negativamente entre deputados. Sem citar o ministro, Lira foi às redes sociais dizer que ‘manifestações enviesadas’ não contribuem para o diálogo. Lira só não explicou o pano de fundo do desentendimento.

Reportagem da Folha de S Paulo relata que o atrito teria começado em uma conversa por telefone entre os dois, na sexta-feira passada (11), para tratar da inclusão da taxação de offshores dentro do projeto de reforma tributária, medida considerada crucial pela Fazenda para dar maior isonomia tributária e reforçar as receitas do Tesouro em 2024, quando o governo tem a meta de zerar o déficit fiscal. Lira resiste ao avanço dessa medida defendendo descaradamente os interesses da parcela mais rica da população.

Relator do arcabouço fiscal defende manutenção do texto original aprovado pela Câmara

arcabouço fiscal, Cláudio Cajado, relator da nova âncora fiscal

Crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O relator e deputado Claudio Cajado tentou amenizar a situação e explicou  que existe uma pauta intensa na Câmara e os líderes resolveram pautar outros projetos.

“Não existe compromisso de calendário. Feita reunião na segunda-feira, vamos consensualizar o texto, e a partir daí a pauta de quando entrará em votação no plenário será definida pelo colégio de líderes e o presidente”, disse Cajado, homem de confiança de Lira.

O deputado Claudio Cajado afirmou que, na ocasião, o seu parecer será discutido pelos líderes, técnicos e o presidente Arthur Lira . Segundo ele, não ficou fechado um calendário de votação. Cajado defende que a Câmara mantenha o texto original aprovado em maio e rejeite as mudanças do Senado. “Se depender de mim, vou defender o meu relatório, mas não farei cavalo de batalha”, disse o deputado.


Redação ICL Economia
Com informações do jornal O Globo, Agência Câmara de Notícias e Rede Brasil Atual 

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