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Wassef e Wajngarten se acusam por recompra de Rolex para Bolsonaro

Advogado do clã e ex-chefe da Secom protagonizam guerra de versões sobre recompra de item de luxo vendido ilegalmente nos Estados Unidos.
30/11/2023 | 08h44

O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo, têm trocado acusações sobre a recompra de um relógio Rolex em junho de 2022. O objeto, presente dado à União, foi vendido nos Estados Unidos de forma ilegal quando Jair Bolsonaro (PL) ainda era presidente. O Rolex e outro relógio da marca Patek Philippe foram negociados por US$ 68 mil.

Segundo reportagem da revista Veja, Wassef afirmou à Polícia Federal que ter partido de Wajngarten a ordem para recomprar o item. Foi o próprio advogado que procurou a PF para prestar esclarecimentos após supostamente ficar incomodado com uma versão que circula na imprensa, de que teria sido convocado para a missão por um grupo de militares.

No depoimento, Wassef também afirmou que Wajngarten justificou o pedido diante da possibilidade de o Tribunal de Contas da União (TCU) pedir a devolução dos presentes oficiais recebidos por Bolsonaro. Na versão de Wassef, ele tinha uma viagem de férias marcada para os Estados Unidos, em março de 2023, e que às vésperas do embarque Wajngarten teria insistido para que ele recomprasse o relógio.

O advogado alegou ter recebido ligações “obsessivas” e “compulsivas” do ex-chefe da Secom depois de chegar ao Brasil. Outro detalhe dado por Wassef é que Wajngarten teria prometido a ele que o valor da recompra seria devolvido. O advogado disse que vai processar o ex-chefe da Secom para reaver a quantia, caso não seja ressarcido.

Wassef negou que Bolsonaro tenha tido qualquer participação na missão e disse que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, “apenas” passou a localização da loja em que o relógio estava.

Ex-Secom rebate

Fabio Wajngarten se mostrou indignado nas redes sociais. O ex-Secom compartilhou reportagem do jornal O Globo indicando que, para a Polícia Federal, a versão de Wassef não se sustenta. Quer dizer, que não há provas de que ele teria sido quem orquestrou o resgate do Rolex.

“Agradeço a competente apuração da Polícia Federal que por razões mais do que óbvias já constata quando uma mentira tem perna curta. A PF está de posse dos ZAPs (Whatsapp) de todos os envolvidos e sabe exatamente quem fez o que e principalmente quem não fez o que. Quem mente será processado. Em respeito aos demais investigados não mais tocarei no assunto”, afirmou Wajngarten.

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