Por Marcelo Rocha — Folhapress
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso para a obtenção de empréstimos bancários em nome de uma empresa de eventos.
Enviada à Justiça do Distrito Federal, a denúncia inclui outras cinco pessoas, incluindo Maciel Alves de Carvalho, ex-empresário e ex-professor de tiro do filho 04 de Bolsonaro.
O escritório que defende Renan enviou nota à reportagem em que criticou o vazamento de informações do inquérito, que tramita sob sigilo. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha de São Paulo.
“Todas as informações sobre a nossa atuação vocês saberão com o acesso que parece terem aos autos”, afirmou a banca comandada pelo advogado Admar Gonzaga.
“Esses vazamentos indevidos têm causado o chamado strepitus fori [exposição do investigado], muito prejudicial à defesa, ao devido processo, à presunção de inocência e, assim, à imagem de quem tem o direito de se defender. A sociedade perde o status de legalidade e humanidade com essa situação. Precisamos evoluir.”
De acordo com a acusação dos promotores de Justiça, números falsos que apontavam para um faturamento no valor de R$ 4,6 milhões no período de um ano, de 2021 a 2022, foram apresentados a instituições bancárias para a formalização dos empréstimos.
Foram, ao todo, segundo os investigadores, três operações realizadas pela empresa de Renan, a RB Eventos e Mídia. O primeiro foi de cerca de R$ 157 mil, o segundo de R$ 250 mil e o terceiro de R$ 291 mil.
Jair Renan foi indiciado também pela PCDF
Jair Renan Bolsonaro e Maciel Alves de Carvalho foram indiciados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro em fevereiro deste ano. Conforme investigação, ambos, teriam falsificados quatro relatórios de faturamento da RB Eventos e Mídia, pertencente ao filho do ex-presidente.
Entre 2021 e 2022, a empresa teria declarado um faturamento de R$ 4,6 milhões para obter um empréstimo bancário de R$ 157 mil, mas acabou aumentando o valor por meio de dois novos pedidos, acumulando uma dívida de R$ 360.241,11 até dezembro de 2023.
A Polícia Civil alega indícios de envolvimento direto de Jair Renan na fraude, destacando sua presença na abertura da conta bancária da empresa.
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