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Jair Renan é indiciado pela Polícia Civil do DF por suspeita de fraude em documentos

Filho do ex-presidente e Maciel Alves de Carvalho são acusados de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro
15/02/2024 | 22h04

A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou Jair Renan Bolsonaro e Maciel Alves de Carvalho pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Com o indiciamento, caberá ao Ministério Público decidir se oferece ou não denúncia à Justiça. A informação é do G1.

Segundo a investigação, Jair Renan e Maciel Alves teriam falsificado quatro relações de faturamento da RB Eventos e Mídia. Entre 2021 e 2022, a empresa, que pertencia ao filho do ex-presidente, afirmou ter faturado R$ 4,6 milhões.

O objetivo da dupla com a apresentação de faturamentos falsos era garantir lastro para a obtenção de um empréstimo bancário, originalmente de R$ 157 mil. O valor, no entanto, foi aumentado por meio de dois novos pedidos, sendo que o último não foi quitado.

“Não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas, por diversos aspectos, tanto material, em razão das falsas assinaturas do Técnico em Contabilidade […], que foi reinquirido e negou veementemente ter feito as rubricas, quanto ideológico, na medida em que o representante legal da empresa RB Eventos e Mídia fez inserir nos documentos particulares informações inverídicas consistentes nos falaciosos faturamentos anuais”, afirmou a Polícia Civil do DF.

De acordo com a investigação, a RB Eventos e Mídia obteve novo empréstimo bancário, no valor de R$ 250.669,65, no dia 8 de março de 2023, e ainda obteve terceiro empréstimo de R$ 291.470,49, no dia 1º de junho do mesmo ano. Em dezembro de 2023, a dívida com o banco estava em R$ 360.241,11.

“Conforme demonstram as provas documentais e testemunhais, os suspeitos atuaram reiteradamente, sobrepondo um empréstimo ao outro, obtendo vantagem ilícita valendo-se da mesma maneira de execução”, informou a polícia.

ATUAÇÃO DIRETA

Em depoimento, Jair Renan afirmou que não reconhecia suas assinaturas nas declarações de faturamento supostamente falsas. Os peritos da Polícia Civil, no entanto, atestaram que, em um dos documentos, a assinatura era autêntica.

A investigação aponta indícios de que Jair Renan teve “atuação direta” na fraude. A Polícia Civil afirmou que ele foi pessoalmente à agência, “desempenhando a tarefa imprescindível de abertura da conta bancária de sua empresa, beneficiando-se economicamente do proveito criminoso porvir”.

De acordo com as investigações, a RB Eventos e Mídia foi “doada” por Jair Renan a outro investigado, Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, em 13 de março de 2023.

DEFESA

A defesa de Jair Renan afirmou que não vai comentar o indiciamento porque o caso é sigiloso.

Já a defesa de Maciel Alves de Carvalho informou que ele foi absolvido na Justiça das primeiras acusações, no início de 2023, que geraram a investigação atual.

Não foi localizada a defesa de Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos.

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