O ministro Luiz Fux vai analisar o habeas corpus impetrado pela defesa do ex-jogador Robinho no Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido visa evitar a prisão imediata, determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo a CNN Brasil, a defesa de Robinho espera que Fux acolha os argumentos e decida pela suspensão da ordem de prisão até que os recursos que ainda podem ser apresentados sejam julgados. Os advogados já afirmaram que vão recorrer da decisão ao próprio STJ e ao STF.
A defesa do ex-jogador alega que a ordem do STJ está em desarmonia com a jurisprudência do STF, que prevê que a prisão só pode acontecer após todos os recursos cabíveis serem julgados pela Justiça.
Os advogados de Robinho alegam ainda que a sentença contraria o princípio da ampla defesa e do devido processo legal e representa violação do direito e ir e vir.
A defesa acrescenta que Robinho ficou em liberdade durante todo o processo de validação da sentença italiana e nunca representou risco à aplicação da legislação.
Crime
O crime ocorreu em uma boate de Milão em 2013, mostram os autos do processo. A condenação do ex-jogador foi confirmada em três instâncias na Itália e transitou em julgado, ou seja, não há mais recursos possíveis no Judiciário italiano.
A albanesa vítima do estupro coletivo voltou para a faculdade e se formou em direito. Agora advogada, ela pretende ajudar outras vítimas de crimes sexuais.
Robinho: “Isso aí não vai dar em porra nenhuma”
A investigação que terminou com a condenação de Robinho e de seu amigo Ricardo Falco em todas as instâncias na Itália — outros quatro amigos também estavam com eles, mas voltaram para o Brasil e não foram encontrados pela Justiça italiana — grampeou conversas de Robinho com Falco e outros acusados.
Os diálogos são reveladores:
“Por isso que eu tô rindo, não tô nem aí. A menina estava extremamente embriagada e nem sabe quem eu sou”, disse Robinho em uma das conversas.
“Se não sair na imprensa, tá ótimo”, disse o ex-jogador em outro momento, ainda no início das investigações, quando ele achava que o caso não daria em nada.
“Isso aí não vai dar em porra nenhuma. Vou falar a verdade e entregar na mão de Deus. Fiz porra nenhuma.”
Falco corrige o ex-jogador nesse momento: “Mas peraí, eu vi que você pôs o pau na boca dela.”
Nessa hora, Robinho responde dando risada: “Isso aí não é transar”.
Em outro áudio, Robinho muda de versão e confessa:
“Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois eu saí fora. Os caras continuaram lá.”
O ex-jogador passa então a admitir o que negava, mas diz que tudo foi consensual:
“É, eu comi, pô! Porque ela quis. Onde eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os cara continuaram lá”.
Em um dos diálogos, o ex-jogador diz ao amigo Ricardo Falco que a vítima “sabia” que eles não tinham feito nada: “A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: ‘Porra, que que eu fiz contigo? Eu fiz alguma coisa?’ E eu, se eu fiz alguma coisa com a mina, não foi nada forçado”.
À medida que a investigação avançava, o ex-jogador começou a sentir medo. À época, Robinho tentava voltar a jogar pela seleção brasileira.
“Se essa porra sair na imprensa, já era Copa, já era casamento. De novo acusado de estupro. Aí nego vai falar um monte de merda, foder minha imagem, de novo essa merda.”
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