O trabalho de investigação da Polícia Federal para esclarecer os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco reuniu mais de 53 mil páginas. A documentação foi enviada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o STF (Supremo Tribunal Federal) no início do mês quando o acordo de colaboração premiada do ex-PM Ronnie Lessa foi enviado para a homologação.
O ministro Alexandre de Moraes fez o procedimento nesta semana após uma audiência com Lessa, denunciado como o executor do crime. Nos depoimentos prestados, Lessa contou que se reuniu, ao menos, duas vezes com os mandantes do crime. Uma antes e outra depois do assassinato em 14 de março de 2018. A homologação do acordo foi feita no STF porque um dos mandantes possui foro por prerrogativa de função na Corte. O caso esteve no STJ antes porque Lessa também mencionou o envolvimento no crime de uma pessoa com foro no STJ.
A PF já fez o relatório final do caso e entregou para a PGR (Procuradoria Geral da República) a conclusão das investigações. A coluna apurou que só esse documento possui mais de 300 páginas. Há, porém, algumas diligências em andamento. Caberá à PGR decidir nos próximos dias se fará uma denúncia.
Lessa foi denunciado pelo Ministério Público do Rio, em 2019, como o atirador que disparou os tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. O crime completou seis anos na semana passada. Até agora, Lessa se declarava inocente. Com a delação, ele assumiu a sua participação no crime.
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