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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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PF descobriu enriquecimento milionário de Rivaldo Barbosa quando chefiou a DH

O valor supera os R$ 5 milhões e é incompatível com seus ganhos como servidor público e com as empresas que possuía
24/03/2024 | 16h43

A Polícia Federal descobriu um enriquecimento milionário de Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, no período em que ele foi chefe da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro. O valor supera os R$ 5 milhões e é incompatível com seus ganhos como servidor público e com as empresas que possuía. O ex-PM Ronnie Lessa afirmou em acordo de colaboração premiada que ele ajudou a planejar o assassinato da vereadora. A coluna apurou que, antes do assassinato, ele teria dado direções aos executores, espécie de “aval” e até garantiu que ficariam impunes.

Neste domingo, a operação conjunta da PF, da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Rivaldo foi acusado como coator do assassinato.

Rivaldo Barbosa assumiu a Chefia da Polícia Civil um dia antes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 13 de março de 2018. Ele foi nomeado para o cargo pela cúpula da Intervenção Federal na segurança pública do Rio de Janeiro, comandada então pelo general Walter Braga Netto. Antes disso, Rivaldo chefiou a Divisão de Homicídios (cargo mais alto) a partir de outubro de 2015 até 2018. Antes da chefia da DH, foi chefe de homicídios da delegacia de homicídios da capital.

O nome de Rivaldo Barbosa aparece ligado ao caso Marielle desde novembro de 2019, quando um relatório reservado da Polícia Federal, produzido no âmbito da investigação que constatou a tentativa de obstrução do caso, levantou a informação de que o delegado teria recebido R$ 400 mil de propina para prejudicar as investigações. No entanto, não foi encontrada prova específica disso.

O delegado e sua mulher, Érika Andrade de Almeida Araújo, lançaram-se na iniciativa privada no final de 2014, ao dar entrada na abertura da Mais I Consultoria Empresarial. Em 2016, Érika pediu na Junta Comercial a abertura da Armis Consultoria Empresarial Eireli, que em seu objeto foi descrita como “agência de informações”. Em 28 de fevereiro de 2018, a Armis registrou na Junta Comercial seu balanço de atividades para o ano de 2017 e declarou um lucro líquido de R$ 558 mil.

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