Por Karla Gamba
Câmeras de segurança da Embaixada da Hungria não registraram reuniões, nem a movimentação de chegada ou saída de outras autoridades, no período em que Jair Bolsonaro ficou hospedado lá. A coluna teve acesso à íntegra das imagens e verificou que entre a chegada e saída do ex-presidente, apenas uma pessoa esteve visitando ele no local.
Bolsonaro passou duas noites na embaixada, entre 12 e 14 de fevereiro deste ano. Segundo sua defesa, ele foi convidado e “conversou com inúmeras autoridades” sobre o cenário político de Brasil e Hungria. As câmeras de segurança não mostram nenhuma reunião. No período, funcionários brasileiros foram dispensados do trabalho, o que gerou desconfiança.
Quatro dias antes de se hospedar na embaixada, Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal, no âmbito da investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado. Aliados do ex-presidente foram presos e ele teve seu passaporte retido. No período que estava na embaixada, se fosse alvo de um mandado de busca e apreensão, ou de prisão, autoridades policiais brasileiras não poderiam entrar no local sem a autorização do embaixador daquele país.
Nesta quarta-feira (27), atendendo ao pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Bolsonaro afirmou ser “ilógico” sugerir que sua estadia na Embaixada da Hungria tinha intuito de pedir asilo ou tentativa de fuga.
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