Repressão e crimes praticados pelo regime militar são tema de exposição inaugurada, hoje, pela Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro. A mostra “Justiça de Transição Não é Transação: a brutalidade e o jardim” estará no “Memorial MPF/RJ – Nossa História em Movimento”, e ficará aberta ao público a partir de amanhã, das 12h às 17h.
A proposta é expor o contexto de repressão e crimes praticados pelo regime militar, época em que direitos e liberdades foram duramente cerceados.
O visitante terá a oportunidade de conhecer importantes obras de arte que buscam reflexões sobre graves violações a direitos humanos, além de conhecer o trabalho do MPF na busca pela reparação e pela punição dos agentes do regime responsáveis por tais violações.
A exibição faz parte, ainda, da Justiça de Transição, trabalho do MPF conhecido por ser um conjunto de medidas – judiciais ou não – adotadas para enfrentar um passado de ditadura.
RESGATE DA MEMÓRIA
A procuradora da República Fabiana Schneider, curadora do Memorial e uma das curadoras da mostra, explica que a exposição traz um tema bastante oportuno e ressalta sua importância nos dias atuais.
“As presentes gerações não viveram uma ditadura militar e a distância temporal pode apagar memórias pouco consolidadas. É por isso que esse triste período da história do Brasil precisa ser lembrado, discutido e escancarado para que nunca mais fatos como esses voltem a acontecer”, resume.
QUEM SÃO OS ARTISTAS
A ideia do Memorial da Procuradoria da República no Rio de Janeiro (PR/RJ) é usar a estética das artes para abordar temas de atuação destacada do Ministério Público Federal.
E para falar da atuação do MPF nessa temática, a curadoria tem a honra de contar com obras de grandes artistas, como Cildo Meireles, Claudia Andujar, Denilson Baniwa, Panmela Castro, Ciro Fernandes, Letícia Parente, Giselle Beiguelman, Marisa da Silva e os fotógrafos Otávio Magalhães e Evandro Teixeira. Além disso, serão apresentados relatos inéditos dados por integrantes do MPF, do Judiciário e da Comissão Nacional da Verdade sobre Justiça de Transição e artistas como Cildo Meireles e Antônio Manuel.
Na mostra, o público encontrará muita informação sobre o que realmente aconteceu durante a ditadura militar.
SOBRE O MEMORIAL
O espaço será o primeiro que permitirá a visitação do público externo na PR/RJ, visando ser mais um espaço cultural para a cidade do Rio, como diz o procurador-chefe Sergio Pinel:
“A proposta é que a PR/RJ entre no circuito cultural do Centro do Rio e possa ser um ponto de encontro para debates de interesse da sociedade”. Ainda sobre a importância do Memorial, o procurador enfatiza: “A história do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro é muito rica. O Memorial da PR/RJ visa resgatar as atuações históricas no nosso Estado, com exposições temporárias, e, paulatinamente, formar seu acervo permanente”.
O local tem o objetivo de recuperar e contar parte da história do MPF no Rio de Janeiro, trajetória que se confunde com a história da instituição, uma vez que o Rio de Janeiro já foi capital do Brasil. Além disso, o Memorial do MPF/RJ foi idealizado para ser um espaço cultural e de exposições.
A ideia é utilizar a linguagem artística para divulgar, de uma maneira diferente, o trabalho do Ministério Público Federal e aproximar a instituição da sociedade. A primeira mostra temporária escolhida para inaugurar o espaço foi a exposição “Justiça de Transição não é transação: a brutalidade e o jardim”.
SERVIÇO
Exposição: Justiça de Transição Não é Transação: a brutalidade e o jardim
Memorial do MPF – Rio de Janeiro – Nossa História em Movimento.
Curadoria: Fabiana Schneider, Mirtes Marins de Oliveira e Luísa Paraguai
Curadora adjunta: Helena Barbour
Expografia: Stefânia Paiva e Gaya Lamin
Inauguração para convidados e imprensa
Dia 18/10/23, das 14h30 às 17h
Aberto ao público: 19/10 a 31/03/24
Horário: 12h às 17h
Endereço: Avenida Nilo Peçanha, 31/ 6º andar Centro
Para grupo de dez pessoas ou mais, o agendamento com visita guiada pode ser feito pelo e-mail [email protected].
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