Pivô de uma crise diplomática entre Equador e México, o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, preso na noite de sexta-feira (5) dentro da embaixada mexicana em Quito, foi transferido para um presídio de segurança máxima.
Glas foi levado de avião para Guaiaquil, onde fica a penitenciária de segurança máxima La Roca, onde ficará preso.
Contrariando o direito internacional, forças policiais equatorianas invadirem a embaixada mexicana em Quito para prender Glas, condenado a 6 anos de prisão por corrupção. Imagens da imprensa equatoriana mostram policiais invadindo a embaixada, inclusive com o uso de um veículo blindado. O embaixador do México, Roberto Canseco, se opôs à ação e foi imobilizado e colocado no chão.
A ação da polícia do Equador aconteceu horas depois de o México conceder oficialmente asilo político a Glas, que estava abrigado na embaixada do país em Quito desde 17 de dezembro. Ele afirma ser alvo de perseguição judicial em seu país.
Glas foi vice-presidente do Equador entre 2013 e 2017, tendo atuado no governo do líder de esquerda Rafael Correa. Foi reeleito para o cargo na chapa do ex-presidente Lenin Moreno, mas acabou afastado da vice-presidência em 2018, no bojo das acusações de ter recebido propina da empreiteira brasileira Odebrecht para facilitar contratos de obras de engenharia no país.
México rompe relações após invasão de embaixada
A ação, que desrespeitou a inviolabilidade de missões diplomáticas, teve reação imediata das autoridades mexicanas. O presidente do país, Andrés Manuel López-Obrador, anunciou o rompimento das relações diplomáticas com o Equador.
Diversas lideranças internacionais, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenaram a ação equatoriana e prestaram solidariedade ao México após o episódio.
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