O PL vai liberar a bancada do partido para votar como preferir na votação na Câmara dos Deputados que definirá se o deputado federal Chiquinho Brazão continua preso pela acusação de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). A orientação do partido, porém, é contra a manutenção da prisão porque avalia que a prisão não ocorreu pelas condições previstas em lei, no caso, o flagrante.
A preocupação é o precedente para outros casos futuros. No entanto, a direção do partido já se preocupa com o desgaste pelo episódio e um eventual “carimbo” de defesa de milicianos que, inclusive, pode atrapalhar a eleição no Rio de Janeiro.
Com o apoio dos bolsonaristas — incluindo o de Eduardo Bolsonaro, filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro — à soltura de Brazão, a leitura no entorno do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) é que será reforçado o rótulo que associa o bolsonarismo às milícias.
Até hoje, essa foi uma das maiores pedras no sapato do clã Bolsonaro, desde que o jornal O Globo revelou, em reportagem dos repórteres Igor Mello, Vera Araújo e Bruno Abbud, que Flávio Bolsonaro empregava a ex-mulher e a mãe do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime.
Pré-candidato à reeleição e franco favorito na disputa, Paes se preocupava que o fato de ter nomeado Chiquinho como secretário fosse explorado por adversários, numa tentativa de lhe associar às milícias — o prefeito também manteve no secretariado o vereador Júnior da Lucinha (PSD–RJ), filho da deputada estadual Lucinha (PSD–RJ), apontada pela PF como braço político da maior milícia do Rio. O PL pretende explorar os casos na campanha.
A candidatura bolsonarista — hoje a cargo do deputado federal Alexandre Ramagem (PL–RJ) — é a que mais preocupa na campanha pela reeleição de Paes. O prefeito vem tomando medidas para se blindar: reforçou o discurso linha dura nas ações de ordem pública e vem centrando as maiores obras de sua gestão na zona oeste do Rio, região onde o eleitorado do ex-presidente é mais numeroso.
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