Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, recebeu uma advertência do juiz Juan Merchan no segundo dia do julgamento em que é acusado de ocultar pagamento de suborno a uma ex-atriz pornô, durante a campanha de 2016.
A advertência aconteceu no momento em que era decidido o júri do julgamento do magnata, candidato único do Partido Republicano na corrida à Casa Branca em novembro próximo. A informação é do Correio Brasiliense.
“Não vou permitir que nenhum membro do júri seja intimidado nesta sala”, frisou, taxativo, o magistrado de origem colombiana, quando uma candidata foi obrigada a dar explicações sobre um vídeo publicado no Facebook que motivou um comentário do bilionário.
Metade dos 12 jurados havia sido selecionada no fim da tarde de ontem. Os candidatos a integrar o júri, cidadãos anônimos escolhidos por sorteio, tiveram que responder um longo questionário preparado pelo juiz Merchan sobre atividade profissional, residência, situação familiar e eventual uso de medicamentos que podem afetar a concentração.
Tanto a promotoria quanto a defesa podem recusar 10 candidatos cada uma de uma seleção previamente feita pelo juiz.
A expectativa é de que na próxima segunda-feira (22) sejam apresentadas as alegações iniciais. Se for considerado culpado, Trump pode ser condenado a até quatro anos de prisão.
Trump
Donald Trump compareceu ao tribunal na manhã da última terça-feira (16) e fez novas críticas ao processo, que considera manipulado.
“Eu deveria estar neste momento na Pensilvânia, na Flórida, em muitos outros estados, como Carolina do Norte e Geórgia, fazendo campanha”, afirmou o republicano, acusando seu adversário, o presidente Joe Biden, de orquestrar uma cruzada judicial contra ele.
Em sua plataforma, Truth Social, o magnata também voltou a atacar o juiz responsável pelo julgamento. “Ele me odeia”, repetiu.
Na véspera, ele criticou Merchan que o obrigou a assistir a todas as audiências (quatro dias por semana) e que não lhe permitiu assistir à diplomação de seu filho ou acompanhar uma audiência que o afeta na Suprema Corte na próxima semana.
A defesa do ex-presidente pediu, sem sucesso, que o magistrado fosse afastado do caso por diversas vezes.
Trump ainda poderá ser candidato
Mesmo se for condenado no caso, Donald Trump ainda poderá concorrer à Casa Branca. A constituição do país não prevê qualquer limitação de antecedentes criminais para os cargos federais.
Podem concorrer ao cargo de presidência pessoas com mais de 35 anos, cidadãos nascidos no país e residentes no território estadunidense há pelo menos 14 anos.
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