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Eduardo Bolsonaro se reúne com neta de ministro nazista e ela publica foto: ‘Amigo’

Deputado brasileiro agradeceu: "Obrigado por todo o seu grande apoio à causa da democracia e da liberdade de expressão"
01/05/2024 | 08h17

(Folhapress) — A deputada alemã de extrema direita Beatrix von Storch publicou uma série de fotos nesta terça-feira (30) no Instagram ao lado do deputado federal brasileiro Eduardo Bolsonaro (PL). Os dois se reuniram no Parlamento alemão.

Ela é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, ministro das Finanças da ditadura nazista de Adolf Hitler por mais de 12 anos. Beatrix também é vice-líder do AfD, sigla de extrema direita, na Câmara alemã.

Beatrix von Storch chama Eduardo de “amigo”. “Um amigo visitando a Câmara alemã. Eduardo Bolsonaro, nós, patriotas, defendemos juntos a democracia, a liberdade e o Estado de Direito”.

O deputado brasileiro agradeceu. “Obrigado por todo o seu grande apoio à causa da democracia e da liberdade de expressão no Brasil. Deus abençoe você e Sven [marido da extremista]”.

Eduardo Bolsonaro também fez uma publicação no Instagram com fotos ao lado da deputada e do marido dela. O deputado não cita o avô de Beatriz e escreve que “os tempos estranhos atuais no Brasil lembram o incêndio do Congresso alemão em 1933, que foi a desculpa usada por Hitler para perseguir seus opositores”.

Em uma das fotos, Eduardo aparece ao lado de Sven segurando um vinho que leva o nome da família Bolsonaro.
Em julho de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro também posou para uma foto ao lado de Beatrix von Storch.

Em mensagem publicada nas redes sociais, a parlamentar agradeceu a Bolsonaro “pela amistosa recepção” e disse ter ficado impressionada com a “clara compreensão dos problemas da Europa e dos desafios políticos do nosso tempo” que ele mostrou.

Em julho de 2021, Jair Bolsonaro já tinha recebido Beatrix von Storch no Planalto

Em julho de 2021, Jair Bolsonaro já tinha recebido Beatrix von Storch no Planalto

Passado nazista

O passado nazista da família de Beatrix passou a ser destacado pela imprensa alemã a partir de 2014, quando ela foi eleita deputada europeia pela AfD. Três anos depois, em 2017, ela foi eleita para o Bundestag (Parlamento alemão), representando Berlim.

Em 2016, ela manifestou aprovação a uma mensagem no Facebook que havia perguntado se guardas deveriam atirar em refugiados, inclusive mulheres com crianças.

Em 2018, ela voltou a causar controvérsia ao reclamar de tuítes da Polícia de Colônia que desejavam feliz ano novo em várias línguas, inclusive o árabe. “Eles pretendem apaziguar as hordas de homens bárbaros, muçulmanos e estupradores em massa dessa maneira?”, escreveu. A rede social apagou a mensagem por violação das regras.

Dentro da AfD, a deputada costuma ser apontada como membro da ala “cristã ultraconservadora”. Em 2014, quando os ultradireitistas tomaram o partido, ela afirmou que via a sigla como um veículo para “uma visão cristã da humanidade”.

 

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