O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB-RS), afirmou que a rede hospitalar de Porto Alegre corre risco de ficar sem oxigênio para atender os pacientes a partir de segunda-feira (6).
A capital do Rio Grande do Sul teve parte significativa de seu território alagada devido a uma cheia recorde do Rio Guaíba, que ultrapassou pela primeira vez na história a marca de 5 metros de altura — no último balanço, divulgado pelo Centro Integrado de Coordenação de Serviços de Porto Alegre às 7h46, já havia atingido 5,30 m.
Em entrevista à CNN Brasil no fim da tarde de sábado, Melo disse que o quadro de fechamento do aeroporto de Porto Alegre e bloqueio das estradas que chegam à capital vem colocando em risco a logística de abastecimento de oxigênio na rede de saúde.
A prefeitura obteve cilindros com o município vizinho de Guaíba, o que garantiu o fornecimento neste fim de semana. Um helicóptero das Forças Armadas transportou o material até a capital gaúcha.
“Na melhor das hipóteses, esse oxigênio dura até segunda-feira (6). Os caminhos para Porto Alegre estão interrompidos, então depende da questão aérea. Volta a chover em Porto Alegre aqui no domingo. Então corremos risco, sim [de ficar sem oxigênio]”, explicou o prefeito.
No sábado (4), ao menos nove pessoas morreram na UTI do Hospital de Pronto Socorre de Canoas por consequência da inundação. O prefeito da cidade, Jairo Jorge, afirmou que a água invadiu a unidade e provocou falta de energia, o que inviabilizou o atendimento dos pacientes no local, assim como uma transferência rápida.
Logística para oxigênio
Melo explicou ainda que a logística de oxigênio e outros materiais essenciais só vai se normalizar se as condições climáticas viabilizarem a reabertura do aeroporto e as vias de acesso à capital forem desbloqueadas.
Contudo, não há perspectiva nesse momento de que o nível do Rio Guaíba baixe: “Vai depender da extensão dessa crise. O Rio continua subindo, os hidrólogos estão dizendo que ele pode chegar a 5,50 m”, disse ele.
Por conta do impacto da inundação, Porto Alegre teve que desativar quatro de suas seis estações de tratamento de água e iniciou um racionamento para evitar desabastecimento. A cidade tem quase 4 mil pessoas acolhidas em abrigos e 60 pontos de bloqueio total em ruas e avenidas.
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