A coluna apurou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) está estudando todas as provas coletadas dentro do inquérito das milícias digitais e ainda aguarda diligências da Polícia Federal (PF) para decidir se irá denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro tanto sobre as acusações de que participou de uma organização criminosa para fraudar o sistema de saúde brasileiro como também por liderar uma tentativa de golpe de estado após a derrota nas eleições em 2022.
A PF concluiu esse caso em março e indiciou Bolsonaro por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no braço do inquérito que apurava a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19. Até o momento, a PGR ainda não ofereceu denúncia e pediu algumas diligências para a PF.
O ponto central é tentar esclarecer o uso do cartão de vacinação de covid falso feito para Bolsonaro e o motivo. Investigadores avaliaram à coluna que toda fraude tem algum propósito e se for possível verificar que o cartão falso foi produzido para viabilizar a permanência de Bolsonaro nos EUA, ao mesmo tempo em que também se discutia a tentativa de um golpe, no fim de 2022, isso poderá unificar os inquéritos e resultar em uma denúncia única pelos dois casos.
Essa decisão, porém, só será tomada após a análise de todas as provas coletadas. Como a PF deve concluir o inquérito do golpe entre o fim de junho e o início de julho, talvez a decisão ainda demore cerca de dois meses. Bolsonaro sempre negou ter pedido ou feito uso do cartão de vacinação. Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente ordenou a produção do documento falso. “Após saber que o colaborador (Mauro Cid) possuía os certificados de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também”, afirmou Cid.
Um dado já é consenso entre todos os envolvidos nas investigações: a necessidade de ter os casos concluídos até o início do segundo semestre.
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