Em tempos de mudanças climáticas, a Vale (sempre ela) quer implantar mais um megaempreendimento em Minas Gerais. O projeto da vez chama-se Apolo, que avança sem dó em direção ao Parque Nacional da Serra do Gandarela, criado em 2014 após grande mobilização para proteger esse paraíso.
A serra representa uma das maiores riquezas ambientais, especialmente hídricas, do país e é a última área intocada pela mineração no Quadrilátero Aquífero-Ferrífero, em Minas Gerais — maior polo de produção de minério de ferro do país.
O projeto Apolo, segundo ambientalistas, poderá acabar com a Serra do Gandarela e destruir o último aquífero intacto do quadrilátero, trazendo prejuízos para todo o estado em benefício da empresa.
Serra do Gandarela
O Gandarela é uma das mais importantes reservas ambientais de Minas Gerais.
Ele é formado por um conjunto de montanhas localizadas a cerca de 40 km de Belo Horizonte. Circunda oito municípios da região metropolitana.
Sozinho, fornece cerca de 40% de toda a água consumida na capital.
São mais de mil nascentes e vegetação exuberante que servem de abrigo a diversas espécies de mamíferos, aves e anfíbios.
Ao longo dos últimos 300 anos, o Gandarela vem resistindo à ação das mineradoras no Quadrilátero Ferrífero.
O Projeto Apolo prevê a construção de uma mina com cava de 7 km e o rebaixamento do lençol freático em 200 m. Ele contará com um ramal ferroviário de 9 km, duas pilhas gigantescas (com 230 milhões de m³, altura de 250 m e 294 m e área de 53 e 215 hectares), usinas de beneficiament, entre outras estruturas.
Última esperança
De olho no avanço da mineradora e na ameaça representada pelo Projeto Apolo, ambientalistas lançaram a campanha “SIM À SERRA DO GANDARELA E AO PARQUE NACIONAL”.
O objetivo do manifesto, que pode ser assinado por qualquer pessoa, é alertar a sociedade civil sobre os riscos que aquela relevante área ambiental, especialmente hídrica, está correndo.
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