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A coluna do jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, conseguiu acesso ao testamento assinado por Olavo de Carvalho no estado da Virginia, nos Estados Unidos, em 2018, quatro anos antes de sua morte.

Guru da extrema direita, Olavo definiu a divisão de seus bens e dos direitos autoriais sobre seus livros em fevereiro daquele ano, oito meses antes de Jair Bolsonaro ser eleito presidente da República.

“Olavo Luiz Pimentel de Carvalho, residente na Cidade de North Dinwiddie, Condado de Dinwiddie, Estado da Virgínia, estando em pleno uso de minhas faculdades mentais, não agindo sob coação ou influência indevida, e compreendendo plenamente a natureza e a extensão de todos os meus bens e desta disposição dos mesmos, faço, publico e declaro este documento como meu Último Testamento e revogo qualquer outro testamento e codicilos anteriormente feitos por mim”, escreveu, em inglês.

Início do testamento firmado por Olavo de Carvalho no estado da Virginia, nos EUA, em 2018

Início do testamento firmado por Olavo de Carvalho no estado da Virginia, nos EUA, em 2018

Para Roxane de Carvalho, sua última companheira e com quem mantinha união estável há quase 20 anos, ele deixou duas residências adquiridas nos Estados Unidos, uma na cidade de Petersburg e outra na cidade de North Dinwiddie, ambas na Virginia, além de 30% dos direitos autorais sobre os livros publicados.

Dos oito filhos de Olavo, os que herdaram mais foram Leilah e Pedro Luiz de Carvalho, filhos do escritor com Roxane. Além de percentuais sobre as duas residências nos Estados Unidos, cada um tem 20% sobre os direitos autorais.

A divisão dos direitos autorais entre os outros filhos ficou assim: Maria Inês (0,5%), Luiz (0,3%), Davi (0,3%), Tales (0,3%) e Percival (0,3%). Também restou 0,3% dos direitos para Luiz Paulo de Carvalho, irmão de Olavo.

Filha de esquerda é excluída do testamento

Heloísa de Carvalho, afastada do pai desde 2017, ficou fora do testamento. Ela ficou conhecida por ter uma visão política oposta à do pai, já tendo inclusive se filiado ao Partido dos Trabalhadores.

Em 2017, Olavo prestou uma queixa-crime contra Heloísa acusando-a de integrar uma organização criminosa apoiada por partidos de esquerda para destruir sua reputação, mas caso acabou arquivado.

O testamento de Olavo consta na ação apresentada por Heloísa, em agosto de 2023, onde ela pede a abertura do inventário do filósofo, assim como requer o direito de ser inventariante de seus bens e produções intelectuais.

Em fevereiro, Roxane de Carvalho se manifestou pela primeira vez nos autos do processo. Além de apresentar o testamento, ela requer que a Justiça brasileira dê fim ao processo de abertura de inventário pela falta de bens registrados no Brasil. O caso aguarda decisão.

 

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