O debate como um todo sobre o PL 1904 arrefeceu em comparação ao período passado, mas o projeto ainda foi o tema político com maior volume de menções na última semana. Elas ocorrem principalmente a partir das manifestações daqueles contrários ao PL 1904 e uma tentativa incipiente do campo bolsonarista de reagir ao tema. Destaque para o eficiente movimento de contextualizar – e atrelar – o debate sobre o PL com relação aos episódios de estupro/estupradores e menores de idade, o que manteve a reação da extrema-direita bastante restrita – mas não menos apelativa. Os conteúdos explorados por este cluster vão desde a patética interpretação no Senado até imagens e vídeos que buscam espetacularizar, de maneira macabra, procedimentos médicos.
Nesse cenário, o campo de oposição (liderado pelo bolsonarismo) segue encontrando dificuldades para a-) influenciar o debate sobre o PL e; b-) propor outros temas de debate. Assim, nomes de atores como Arthur Lira, Sóstenes, bancada evangélica e o bolsonarismo como um todo seguiram sendo alvo de ataques de atores que vão desde perfis governistas até a apresentadora Ana Maria Braga. Esse diálogo ocorre entre atores que até então não participavam diretamente da discussão política. Apesar desta reação, o bolsonarismo seguiu adotando um comportamento extremamente reativo, principalmente ao ponto sobre o estupro de crianças e adolescentes.
Em números, o volume de comentários contrários ao PL, bancada evangélica, bolsonarismo e Arthur Lira (aqui identificados como os principais atores neste tema) respondeu por 85% das menções no pico da semana (dia 17). Outros 15% defendiam o PL. Assim, se o objetivo era – como defendeu o deputado Sóstenes – “testar o presidente Lula sobre o veto”, o objetivo não se concretizou. Com a reação de uma parcela das redes sociais sobre a qual a extrema-direita tem pouco (ou nenhuma) influência direta, o bolsonarismo foi marginalizado e derrotado, ao menos até aqui, no debate ocorrido nas redes sociais.
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