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Voluntário brasileiro que luta pelo Exército da Ucrânia diz sofrer ‘racismo’

Força ucraniana é conhecida por adotar tendências neonazistas entre as tropas
17/07/2024 | 15h40

Um soldado brasileiro que se voluntariou para servir ao Exército da Ucrânia durante a guerra publicou, nas redes sociais, um vídeo em que afirma sofrer racismo dos militares daquele país. A força ucraniana é conhecido por ter tendências neonazistas entre as tropas.

No vídeo, o brasileiro relata más condições oferecidas pelo Exército da Ucrânia aos estrangeiros, enquanto os ucranianos recebem melhor tratamento. “É o tempo todo piadinha da minha cor e me tratando como se eu fosse idiota. Os comandantes tratam a gente como se não soubéssemos nada, até pessoas que tinham experiência militar”, diz.

“Dão comida velha e estragada pra gente enquanto os ucranianos ficam na segunda linha descansando, tendo tudo do bom e do melhor. Os estrangeiros aqui só ficam na m*rda. Se eu soubesse que seria assim, com certeza não teria vindo”, afirma o soldado brasileiro.

Veja o vídeo do voluntário brasileiro:

Neonazistas na Ucrânia

A Ucrânia convive com um crescimento de movimentos de extrema direita desde os protestos de EuroMaidan, em 2013. À época, após muitas manifestações pelo país, grupos armados neonazistas ganharam força.

O mais conhecido deles, o Batalhão de Azov, luta ao lado do Exército ucraniano sob controle do Ministério dos Assuntos Interiores. Os integrantes são originários do partido neofascista Setor Direito (Pravyy Sektor), liderados por Andriy Biletsky, conhecido como “Führer Branco”, com discurso de defesa da “pureza racial da nação ucraniana”.

Os integrantes do Batalhão de Azov usam o símbolo neonazista Wolfsangel (gancho do lobo) em sua bandeira.

Durante a guerra da Ucrânia contra a Rússia, imagens que circularam nas redes sociais mostraram ucranianos de uniforme do Exército com emblemas e símbolos que da Alemanha nazista.

Soldado ucraniano com um “patch” contendo o símbolo Totenkopf. Foto: Vlad Novak/ X do governo da Ucrânia

Em abril do ano passado, o Ministério da Defesa da Ucrânia postou, em sua conta no “X”, uma imagem de um soldado usando um emblema com uma caveira e ossos cruzados conhecido como Totenkopf, ou Cabeça da Morte, símbolo que se tornou notório por uma unidade nazista que cometeu crimes de guerra e guardou campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

Um dos símbolos mais utilizados pelos neonazistas ucranianos e que também já apareceu em imagens de soldados do Exército do país é o “Sol Negro”, popular entre supremacistas brancos.

Sol Negro é utilizado por grupos neonazistas e supremacistas brancos em todo o mundo; na foto, extremistas na Virgínia, EUA. Foto: Edu Bayer/ The New York Times

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