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Condenado por atacar arquiteto, Hang tem prisão convertida em prestação de serviços

Vítima dos ataques liderou campanha contra instalação de réplica da estátua da liberdade na loja do empresário, em Canelas (RS)
25/07/2024 | 07h25

Um dos maiores entusiastas do bolsonarismo entre os empresários, Luciano Hang, dono das Lojas Havan, foi condenado por difamação e injúria por ataques ao arquiteto Humberto Tadeu Hickel. A decisão da 1ª Câmara Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou penas de 1 ano e 4 meses de reclusão, além de 4 meses de detenção, em regime aberto.

A punição, porém, foi convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de uma indenização de 35 salários mínimos à vítima.

Tadeu Hickel foi atacado por Hang, em 2020, ao organizar uma campanha contra a instalação de uma “estátua da liberdade” — símbolo da Havan — em frente a uma filial nova da loja no município de Canela (RS). À época, o arquiteto argumentou que o monumento violava artigos do Plano Diretor municipal, que tinha o objetivo de preservar a harmonia arquitetônica e o patrimônio histórico da cidade.

Arquiteto argumentou que réplica da estátua da liberdade viola Plano Diretor de Canelas

‘Vai para Cuba’, disse Hang

Hang, então, chamou Hickel de  “esquerdopata” e mandou ele ir “para Cuba”, iniciando, assim, uma série de ofensas ao homem na internet. Os magistrados que condenaram o bolsonarista ressaltaram que o posicionamento do empresário estimula o discurso de ódio e teve o intuito de atacar a imagem e reputação de terceiros.

Ele também foi penalizado em 20 dias-multa, com cada dia avaliado em 10 salários mínimos, totalizando cerca de R$ 300 mil.

Vários meios de comunicação entraram em contato com a equipe de Luciano Hang, mas não obtiveram retorno.

Condenação anterior

Em junho, Hang recebeu outra condenação, em segunda instância, num processo relacionado a direito de imagem e dano moral, após expor um professor em suas redes sociais durante a eleição de 2022.

Gabriel Bandeira Coelho era docente no Instituto Federal Catarinense de Brusque, cidade em que Hang constrói parte do seu império, quando viu sua imagem render cliques, likes e engajamentos nas redes do empresário, com associações negativas a sua conduta como professor.

A sentença na primeira instância previa um valor de R$ 20 mil de indenização, mas na segunda instância dos juizados especiais o valor foi reconsiderado com voto divergente de uma das juízas. O calvário de Gabriel na Justiça catarinense começou no início de julho de 2022, com o primeiro movimento processual sendo uma declaração de suspeição por parte da magistrada Vania Petermann “por motivo de foro íntimo”.

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