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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

Servidores da Abin criticam escolha de delegado da PF para corregedoria da agência

Entidade que reúne profissionais do órgão classificou a nomeação como 'desprestígio' e cita conflito
31/07/2024 | 19h01

Por Karla Gamba e Juliana Dal Piva

Servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) criticaram a indicação do delegado federal José Fernando Moraes Chuy para o cargo de corregedor-geral do órgão. Em nota pública, divulgada nesta quarta-feira (31), a Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin) afirma que a substituição da corregedora causou “estranheza”, uma vez que autoridades que possuem investigação em curso, como a conhecida “Abin paralela”, dizem que a corregedoria estava em “total cooperação”.

A nota classifica a escolha externa do novo corregedor como um sinal de desprestígio aos servidores e conclui que a Abin possui em seu quadro nomes aptos para ocupar a função. Além disso, a Intelis cita a falta de experiência do indicado com temas e legislação essenciais para o posto.

Os servidores levantam ainda a possibilidade de haver um conflito de interesses, pois o corregedor indicado, assim como alguns dos principais alvos da última fase da Operação Última Milha — no âmbito da investigação que apura a existência de uma estrutura paralela na Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, é também delegado federal e oficial da reserva do Exército.

Associação pede que corregedor seja da CGU

A Intelis conclui sua nota pública sugerindo que, caso a direção-geral da Agência não encontre um servidor orgânico apto para assumir o cargo dentro dos quadros da própria Abin, que um servidor orgânico da Controladoria-Geral da União (CGU) seja indicado para exercer a função.

“Em demonstração de que não tememos um controle justo e bem feito, mas sim eventuais desvios de finalidade, perseguições ou parcialidade, caso a Direção-Geral do órgão realmente não vislumbre servidor orgânico da Abin apto para assumir o posto, solicitamos que seja indicado um servidor orgânico da CGU (Controladoria-Geral da União) para a função”, encerra a nota.

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