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Potências europeias cobram Venezuela por divulgação de atas da eleição

Encabeçado por Alemanha e França, comunicado conjunto reuniu sete países e demonstrou preocupação com escalada de violência
04/08/2024 | 07h51

Em um comunicado conjunto, sete países europeus cobraram ontem que a Venezuela divulgue as atas das seções eleitorais da disputa presidencial realizada em 28 de julho. A nota é encabeçada por Alemanha e França, potências que lideram a União Europeia.

No texto, os governos europeus citam a apuração paralela que a oposição tenta fazer, divulgando as atas em um site. O grupo diz que a verificação das atas “é essencial para reconhecer a vontade do povo venezuelano”.

“Apelamos às autoridades venezuelanas para que divulguem rapidamente todas as atas eleitorais, de forma a garantir a total transparência e a integridade do processo eleitoral. A oposição indica que recolheu e publicou mais de 80% das atas eleitorais elaboradas por cada mesa de voto. Esta verificação é essencial para reconhecer a vontade do povo venezuelano.

Além de França e Alemanha, também assinaram a nota Espanha, Itália, Países Baixos, Polônia e Portugal. O comunicado conjunto ainda destaca sua preocupação com a crise política no país sul-americano.

A manifestação dos países europeus soma-se à nota conjunta divulgada por Brasil, Colômbia e México, no qual os países latino-americanos também cobraram a divulgação das notas e fizeram um apelo para que os atores políticos venezuelanos se contenham e evitem uma escalada de violência.

Países como Estados Unidos, Argentina e Uruguai reconheceram a vitória da oposição, contrariando o governo Maduro.

Maduro reprime oposição na Venezuela

Ontem (3), a oposição reuniu milhares nas ruas de Caracas em manifestação liderada por Maria Corina Machado, uma de suas líderes.

O presidente Nicolás Maduro também convocou uma manifestação de apoiadores do governo e, em seu perfil na rede social X, disse estar em posse das atas eleitorais e à disposição da suprema corte do país.

A tensão política no país vem aumentando após o pleito, do qual Maduro declarou-se vencedor –sendo posteriormente chancelado pelo órgão eleitoral venezuelano, que é controlado por seus aliados. A oposição alega que houve fraude e que o candidato de oposição Edmundo González Urrutia venceu a disputa.

O resultado eleitoral motivou alegações generalizadas de fraude e diversos protestos, que foram combatidos pelas forças de segurança do governo Maduro, que os classificou como parte de uma tentativa de golpe de Estado patrocinada pelos Estados Unidos.

Até agora, pelo menos 20 pessoas foram mortas nos protestos depois da eleição, de acordo com o grupo de defesa de direitos Human Rights Watch. Outras 1,2 mil foram presas em conexão com as manifestações, segundo o governo.

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