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Gravação da PF revela Pablo Marçal se oferecendo para enviar e-mails para golpes bancários

Áudio foi usado como prova para a Justiça condenar, em 2010, o atual candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo
22/08/2024 | 05h00

Gravação interceptada pela Polícia Federal (PF) revela que Pablo Marçal se ofereceu para enviar e-mails usados por máfia que aplicava golpes bancários. O áudio foi usado como prova para a Justiça condenar, em 2010, o atual candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo.

Na gravação obtida pelo jornal O Globo, Marçal tem como interlocutor uma pessoa chamada Castor, que avisa ao atual candidato à prefeitura da capital paulista que “aqueles e-mails que você capturou pro meio-dia não estava bom”.

Gravação de 2005

A gravação foi obtida pela PF durante a Operação Pegasus, em 2005, quando Marçal chegou a ser preso. Noticiada à época como uma ação contra a maior quadrilha especializada em invadir contas bancárias pela internet, foram cumpridos mais de cem mandados de prisão em vários estados.

Segundo a investigação da PF, além de fazer a manutenção dos computadores da quadrilha, Marçal operava um programa responsável por selecionar e-mails para os quais seriam enviados spams. Por meio deles, a quadrilha fisgaria dados das contas bancárias das vítimas.

Ainda de acordo com a PF, a seleção de e-mails se dava por meio de um programa que sabia quais endereços eletrônicos eram de fato utilizados pelos usuários. Marçal alegou em depoimento que um dos acusados lhe dizia “que o trabalho que estava sendo realizado era de publicidade para um médico”.

(Foto: Renato Pizzutto/Band)

Depoimento

Em depoimento, Marçal negou fazer o envio de spams, mas admitiu que chegou a apertar o botão para que um programa que fazia isso reiniciasse.

Em seu depoimento, Marçal afirmou que recebia R$ 350 (cerca de R$ 1.000, em valores corrigidos) para fazer os serviços para Danilo de Oliveira, que foi acusado de chefiar a quadrilha. Ele afirma ter conhecido o homem em uma igreja e que desconhecia as atividades ilícitas.

A condenação de Marçal se deu apenas em 2010. Na ocasião, ao condená-lo a quatro anos e cinco meses de reclusão, o juiz diz que ele teria tido um papel secundário na quadrilha. Sua pena foi extinta em 2018 por prescrição retroativa.

 

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