Candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos participou ontem do programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura. Ele fez críticas ao candidato do PRTB, Pablo Marçal, mas disse que não irá ‘normalizar’ Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital paulista e candidato à reeleição. Segundo ele, ambos são “duas faces da mesma moeda” por serem bolsonaristas.
“Quando se faz um abismo absoluto, você normaliza, por exemplo, um cidadão que disse que o 8 de janeiro não foi tentativa de golpe, como o Ricardo Nunes disse, que o Bolsonaro acertou na pandemia, como ele disse em um vídeo recente”, declarou Boulos. “Um cidadão que botou um vice, indicado pelo Bolsonaro, que acha que o morador da periferia tem que ser tratado diferente do que o morador dos Jardins. Eu não vou normalizar esse tipo de coisa”.
Em um trecho do programa, o psolista foi às lágrimas ao explicar como as acusações feitas por Marçal, de que seria usuário de drogas, afetou suas filhas. “Eu nunca usei (drogas) e eu desafio o Pablo Marçal, que diz que tem prova, que apresente agora”, disse.
Boulos foi às lágrimas
Com lágrimas nos olhos, Boulos relatou que, depois da acusação feita pelo autodenominado coach, sua filha voltou da escola chorando depois de receber provocações. “Quando eu trouxe isso, foi para as pessoas entenderem a minha reação no debate”, afirmou Boulos. “Olha o nível que chega, olha o esgoto que chega. Foi nesse contexto que eu mencionei as minhas filhas”, completou.
Segundo ele, em vinte anos de atuação na política e nos movimentos sociais, a única vez que pensou em desistir foi quando suas duas filhas, na época com oito e sete anos, voltaram da escola chorando porque disseram que “o pai delas tomava a casa dos outros e era bandido”.
Boulos explicou que o que o levou a entrar no Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi a mesma indignação que me move hoje a ser candidato a prefeito de São Paulo.
“Não aceitar injustiça e desigualdade como algo natural, a entender que política não deve ser instrumento para ganhar dinheiro ou manter privilégio, tem que ser um instrumento para mudar a vida das pessoas, para mudar a sociedade. O que eu acreditava no movimento, eu sigo acreditando hoje”, garantiu.
Boulos disse que percebeu que “não tem outro caminho a não ser mudar a política por dentro”, o que esta tentando fazer.
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