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Candidato a vereador do PT é espancado no RJ e acusa Rodrigo Amorim pela agressão

"Precisamos, em nome da democracia brasileira, arrefecer o ódio que não dialoga com o contraditório", diz nota do PT
02/09/2024 | 07h08

Candidato a vereador pelo PT, Leonel Querino da Silva Neto, o Leonel de Esquerda, estava panfletando na Tijuca, zona norte do Rio, na manhã deste domingo (01). No mesmo local, o vereador Rogério Amorim (PL) fazia um adesivaço e o deputado estadual Rodrigo Amorim, candidato a prefeito pelo União Brasil, seguiu em direção ao evento do irmão e passou por Leonel. O petista começou a gravar imagens do deputado. Correligionários do candidato a vereador dizem que Amorim chutou o celular, que voou. Quando Leonel tentou pegar o aparelho, chutou mais uma vez. Antes que o petista se recuperasse, um grupo de rapazes passou a agredi-lo. Leonel foi internado no hospital Glória D’Or, que identificou fraturas na face e no nariz.

Postagem no perfil de Leonel no Instagram acusa Amorim pela agressão.

“Confrontado, o agressor derrubou o telefone e, covardemente, deu um chute no rosto de Leonel, deixando-o inconsciente e com fraturas”, diz o texto.

Na publicação há um vídeo em que é possível ver que o tênis que atinge o rosto de Leonel é do mesmo tipo que Amorim estava usando na agenda.

A assessoria de Rodrigo Amorim afirmou ao jornal O Globo que ele agiu em defesa própria após provocações e ofensas. “O youtuber caiu durante a confusão e o deputado reagiu pedindo para todos os envolvidos se afastarem a fim de acabar com o tumulto. Em seguida, se abrigou, diante da chegada de seguranças de Leonel”, afirma.

No vídeo postado pelo petista, no entanto, não há nenhuma indicação de que ele agrediria Amorim — pelo contrário, o celular de Leonel, que gravava a conversa, é jogado ao chão repentinamente. Ouve-se o candidato do PT falar “Ai!”, numa indicação de que foi agredido.

Rodrigo Amorim (à direita, ao lado de Daniel Silveira), com a placa quebrada de Marielle Franco

Amorim ficou conhecido por quebrar a placa de Marielle

Rodrigo Amorim ficou nacionalmente conhecido em 2018 por quebrar a placa em homenagem a Marielle Franco, vereadora assassinada naquele ano, ao lado de Daniel Silveira.

Amorim já foi alvo de acusações de violência durante o período eleitoral de 2022. Na ocasião, Marcelo Freixo, então candidato a governador, e aliados denunciaram intimidação por parte do deputado, que teria feito provocações e interrompido uma caminhada, também no bairro da Tijuca.

A confusão que se deu durante uma agenda na Praça Saens Peña terminou com bandeiras rasgadas, hostilidades e brigas. Amorim, por sua vez, negou qualquer violência física e disse que o tumulto começou após ele, sua família e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terem sido ofendidos. Ele inclusive registro boletim de ocorrência na polícia contra Freixo por crime contra a honra, e no TSE por campanha antecipada ao cargo de governador.

Fez o mesmo dessa vez, e também registrou queixa contra Leonel.

A acusação de Leonel e seus correligionários contra Amorim também foi registrada na delegacia.

A seguir, a nota do PT:

“O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras se utiliza deste expediente para vir a público repudiar e cobrar providências imediatas das autoridades constituídas frente a mais um episódio de ataque à democracia brasileira, às eleições livres e à integridade física daqueles que se candidatam ao voto popular.

Hoje, Rodrigo Amorim, candidato a Prefeito pelo União Brasil, e integrantes da sua campanha agrediram covardemente o candidato a vereador do PT @leoneldeesquerda, que nesse momento encontra-se hospitalizado, ainda sem boletim médico divulgado. Reafirmamos nossa solidariedade aos familiares e ao nosso companheiro Leonel de esquerda que é um militante aguerrido e candidato a vereador pelo PT Carioca.

O fascismo continua vivo no Brasil e precisamos, em nome da democracia brasileira, arrefecer o ódio que não dialoga com o contraditório.

Leonel de Esquerda e Mônica Francisco foram vítimas da intolerância e da violência política que assola nossa país desde que o bolsanarismo tomou projeção no cenário brasileiro. É necessário defender o estado democrático de direito, as liberdades democráticas, e isso não significa justificar a violência contra aqueles que defendem os trabalhadores e as trabalhadoras, ou ainda um política que inclui o povo brasileiro e, neste caso, o povo carioca.

Esta nota visa externalizar a posição do PTRJ de continuar lutando e defendendo quem combate a violência política.

Exigimos das autoridades e, sobretudo, do TRE/RJ providências para que possamos fazer o debate saudável e democrático para o que é melhor para o povo da cidade do Rio de Janeiro

Executiva Estadual PTRJ”

Veja o vídeo:

 

SAIBA MAIS:

Integrantes da campanha de vereadora do PT são agredidos no Rio

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