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Brasil pode perder Pantanal caso cenário do aquecimento global não seja revertido, diz Marina Silva

Ministra discursou na Comissão de Meio Ambiente do Senado, em que falou sobre combate a incêndios na Amazônia e no Pantanal
04/09/2024 | 13h15

Durante uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado nesta quarta-feira (4), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que, até o fim do século, o Brasil pode perder o Pantanal por completo caso o cenário do aquecimento global não seja revertido.

A ministra participou da Comissão para falar sobre a questão das queimadas e a estiagem prolongada que tem atingido o Brasil — principalmente nas regiões do Pantanal e Amazônia.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Foto: Fábio Pozzebom/EBC)

“Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século. Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada”, explicou Marina.

Em sua fala, a ministra explicou que devido as queimadas e desmatamento, a cobertura vegetal na região diminui a cada ano.

“Você prejudica toda a bacia e assim, segundo os pesquisadores, até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, pontuou.

Esforços do governo

Sobre o enfrentamento às queimadas e à seca histórica no país, Marina Silva contou que o governo federal tem se esforçado para “empatar o jogo”. Isso significa que o governo tem lutado para diminuir os danos e reverter as condições atuais, que segundo a ministra são muito desfavoráveis.

“Eu diria que o esforço que está sendo feito nesse momento é de tentar ‘empatar o jogo’, com essas condições totalmente desfavoráveis”, disse Marina.

Segundo Marina, o trabalho que vem sendo feito pelo governo desde janeiro de 2023 evitou uma situação “situação completamente incontrolável”.

Queimadas e secas no Brasil

Em agosto deste ano, o Brasil registrou o maior número de queimadas desde 2010. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram  68.635 registros de focos de incêndio, dos quais mais de 80% foram na Amazônia e no Cerrado.

Quando esses dados são comparados com o mesmo período em 2023, é observado que o número de incêndios dobrou — em agosto do último ano o total de focos foram 28.056.

Além das queimadas, o Brasil também tem enfrentado uma onda de seca, que segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), é a maior dos últimos 74 anos. Segundo o órgão, a estiagem tem afetado todo o país, exceto o Rio Grande do Sul.

 

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