Por AFP
Donald Trump foi alvo de uma aparente tentativa de assassinato no domingo (15) na Flórida, informou o FBI, mas está “são e salvo”, segundo a campanha do candidato republicano à Presidência e as forças de segurança.
O Serviço Secreto confirmou que um ou mais de seus agentes “abriram fogo contra um homem armado” próximo aos limites do campo de golfe de Trump em West Palm Beach.
Perto do local onde Trump estava, os agentes encontraram um rifle AK-47 com mira telescópica, duas mochilas e uma câmera GoPro.
O suspeito fugiu em um carro preto, mas uma testemunha ajudou a polícia a identificar o veículo, e as autoridades conseguiram prender o motorista.
“Temos no momento alguém sob custódia que é um possível suspeito”, informou o xerife do condado de Palm Beach, Ric Bradshaw, em uma coletiva de imprensa.
A imprensa americana identificou o atirador como Ryan Wesley Routh, um construtor autônomo de moradias de 58 anos do Havaí, com um amplo histórico de detenções e crítico de Trump nas redes sociais. Trump estava jogando no seu campo de golfe, próximo à sua residência em Mar-a-Lago, durante um dia de descanso da campanha presidencial, de acordo com vários meios de comunicação.
“O presidente Trump está são e salvo após os disparos ocorridos nas proximidades”, informou o diretor de campanha do magnata, Steven Cheung, em um comunicado.
O próprio Trump declarou em uma mensagem para arrecadar fundos para a campanha: “Não tenham medo! Estão são e salvo e ninguém foi ferido. Graças a Deus!”.
O ex-presidente (2017-2021) já havia sido vítima de um atentado em 13 de julho, enquanto discursava em um comício ao ar livre em Butler, Pensilvânia.
As autoridades que participaram da coletiva de imprensa neste domingo não confirmaram se o agressor realmente disparou na direção do ex-presidente, mas os agentes do Serviço Secreto confrontaram o suspeito.
“Não estamos certos neste momento se o indivíduo conseguiu disparar contra nossos agentes”, disse Rafael Barros, do FBI.
“Canhão de rifle à vista”
O FBI afirmou estar “investigando o que parece ser uma tentativa de assassinato do ex-presidente Trump”.
Um agente do Serviço Secreto encarregado de vigiar o campo de golfe durante a partida de Trump viu um “canhão de rifle aparecendo por cima da cerca e imediatamente confrontou o indivíduo, que fugiu na hora”, explicou o xerife Bradshaw.
Segundo ele, o suspeito estava a uma distância de entre 275 e 455 metros do ex-presidente, mas “com um rifle e uma mira telescópica como essa, não é uma grande distância”, apontou.
O xerife William Snyder, do condado vizinho de Martin, declarou à CNN que o suspeito detido pelas forças de ordem tinha “uma atitude bastante tranquila e impassível. Não demonstrava muitas emoções”.
As autoridades iniciaram uma investigação sobre Ryan Wesley Routh, o homem detido.
A AFP entrevistou Ryan Wesley Routh em 2022 em Kiev, durante uma manifestação de apoio aos soldados ucranianos na guerra contra a Rússia, uma questão sobre a qual o candidato republicano se mostrou ambíguo.
“Aliviados”
A Casa Branca emitiu um comunicado afirmando que tanto o presidente Joe Biden quanto a vice-presidente Kamala Harris, rival democrata de Trump nas eleições de novembro, foram informados sobre o incidente.
“Eles estão aliviados ao saber que [Trump] está a salvo”, indicou o comunicado.
“Não há espaço para a violência política ou qualquer tipo de violência em nosso país”, afirmou Biden em um comunicado posterior. “Instruí a minha equipe para assegurar que o Serviço Secreto tenha todos os recursos, capacidades e medidas de proteção disponíveis para garantir a segurança contínua do ex-presidente Trump”, acrescentou.
A própria Kamala afirmou que ficou tranquilizada ao saber que uma tragédia foi evitada.
“Recebi a notícia sobre os disparos próximos ao ex-presidente Trump e sua propriedade na Flórida, e fico feliz que ele esteja a salvo”, disse. “A violência não tem lugar nos Estados Unidos”, acrescentou.
O Serviço Secreto dos Estados Unidos, responsável pela proteção de presidentes, ex-presidentes e outros dignitários nos EUA, enfrentou críticas após o atentado contra Trump na Pensilvânia.
Kimberly Cheatle, então diretora da agência, renunciou em meio às críticas recebidas pelo incidente, e pelo menos cinco agentes foram colocados em baixa administrativa.
A congressista republicana Elise Stefanik agradeceu a atuação das forças de ordem, mas questionou a segurança do ex-presidente.
“Devemos nos perguntar como foi permitido a um assassino se aproximar tanto do presidente Trump novamente”, disse em um comunicado. “Ainda não há respostas para o horrível atentado da Pensilvânia e esperamos que haja uma explicação clara para o ocorrido na Flórida”, acrescentou.
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