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‘Ação criminosa’, diz Renato Freitas sobre PM que atirou no peito de mulher no PR

"O tiro não foi de advertência, não foi na perna: foi um tiro no peito, o que mostra a intenção de matar", diz o deputado
26/09/2024 | 09h59

Uma mulher, de 32 anos, foi baleada por um policial militar durante o cumprimento de uma ordem de despejo no bairro Sítio Cercado, em Curitiba (PR), nesta terça-feira (24). Um vídeo mostra o momento em que ela empunha um facão para tentar resistir à operação de desocupação e dois policiais dizem: “Larga a faca!”. Ela responde: “Pode ir saindo!”. Em seguida, um dos policiais aponta a arma e atira no tórax da mulher.

O deputado estadual Renato Freitas (PT) classificou o gesto do PM como “ação criminosa” contra alguém que estava desesperada.

“Ela não foi na rua atacar uma viatura. Ela estava na casa dela e tentando defender o seu direito à moradia, num momento de tensão, pegou um facão. Os policiais são treinados para agir com uma pessoa assim sem que seja preciso uma ação letal. O tiro não foi de advertência, não foi na perna: foi um tiro no peito, o que mostra a intenção de matar”, diz o parlamentar.

Veja o vídeo exibido pelo site Banda B, que contém imagens fortes:

Segundo o tenente Russi, da Polícia Militar, contou aos veículos de imprensa locais, oficiais de Justiça foram até a residência na rua Cézar Constante Schiavon para cumprir a ordem de despejo. O proprietário do imóvel entrou na Justiça contra a inquilina por causa da falta de pagamento do aluguel.

Quando os oficiais chegaram no endereço e comunicaram a mulher sobre a decisão judicial, ela pegou um facão.

“O proprietário entrou na Justiça por causa do aluguel atrasado […] A mulher estava sozinha na residência. Os oficiais de Justiça ligaram para o 190 porque ela estava bastante agressiva, ameaçando eles, se negando a sair da residência, inclusive ameaçando que, caso alguém entrasse, ela investiria com esse facão que ela possuía”, detalhou Russi.

Ainda, de acordo com o tenente, os policiais tentaram negociar para que a mulher saísse da casa, mas ela não cedeu.

“A equipe verbalizou por diversas vezes com a mulher, no entanto ela se recusava a cumprir a ordem judicial. Posteriormente, quando os policiais entraram para fazer a retirada da mulher da residência, ela veio para cima da equipe policial com um facão. Foi necessário efetuar um disparo para salvaguardar a vida dos policiais”, contou Russi.

Deputado Renato Freitas. Foto: Valdir Amaral/Alep

A mulher, que não possuía antecedentes criminais, foi atingida com um tiro no tórax. Ela foi encaminhada em estado grave ao Hospital do Trabalhador.

“A Polícia Militar do Paraná sob o comando do Governador Ratinho Jr. mais uma vez age de forma abusiva e com total desprezo pela vida humana. Dessa vez, atirando contra uma mulher dentro da sua casa”, disse em nota o deputado Renato Freitas. “A vítima, com uma faca em punho, evidentemente abalada diante do fato de que ficaria ao relento, sem ajuda alguma, não oferecia risco a ninguém. Até que os policiais, totalmente despreparados, invadem a casa e provocam uma reação da vítima, ela dá um passo à frente e o policial atira NO PEITO da mulher”.

A nota do deputado diz que a mulher está em coma. “O mesmo estado que não garante moradia, é o mesmo que mata alguém pra retirar dela a moradia. Conversando com vizinhos da vítima, descobrimos que ela morava sozinha e havia recentemente descoberto um câncer, motivo pelo qual enfrentava uma depressão e tinha deixado o trabalho”, continua o texto.

 

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