Nova pesquisa Quaest divulgada neste sábado (12) revela o tamanho do estrago causado na direita pelo desempenho de Pablo Marçal (PRTB) nas eleições municipais de São Paulo. Em um levantamento que pergunta aos entrevistados em quem votariam para presidente em 2026, o autodenominado coach aparece à frente do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Com a divisão entre os direitistas, Lula (PT) chegaria em primeiro com folga.
“O antipetismo venceu, mas venceu rachado. Se as eleições fossem hoje, Lula teria 32%, Marçal teria 18% e Tarcísio 15%”, explica Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Segundo Nunes, esse racha aconteceu exatamente dentro do eleitorado que votou em Bolsonaro em 2022. “Enquanto Lula mantém 71% de seus eleitores, Marçal e Tarcísio dividem o espólio de Bolsonaro. Cada um teria aproximadamente 30% do eleitor que votou no ex-presidente”, explica.
A pesquisa mostra que o petista continua com muita vantagem no Nordeste, mas chama atenção a força do autodenominado coach, com o dobro de intenção de votos em relação ao governador de São Paulo. Mesmo padrão do Sul, Centro-Oeste/Norte. Tarcísio só aparece forte no Sudeste, onde é mais conhecido. Mais uma vez, essa divisão favorece Lula.
O levantamento da Quaest mostra que Marçal conseguiu nacionalizar seu nome com a repercussão da campanha de São Paulo. Ele é o novo nome que surgiu dentro do eleitorado antipetista de 2022 para disputar o espólio de Bolsonaro. Michelle, Tarcísio e Marçal tem o mesmo percentual de força para enfrentar Lula em 2026 na avaliação do eleitorado de Bolsonaro.
Isso vai exigir um esforço maior de políticos como Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Jr., se quiserem mesmo ser candidatos daqui a dois anos. “Diante de um resultado desse, resta saber se Marçal teria condições de disputar uma presidencial ou se seus direitos políticos serão cassados antes de 2026”, observa Nunes.
Cresce grupo que não quer Lula candidato em 2026
O diretor da Quaest ressalta que a pesquisa também deve ser analisada com cuidado pela esquerda. “De julho para outubro cresceu 5 % o grupo de brasileiros que acham que Lula não deveria ser candidato a reeleição. A pesquisa não tem muitos elementos para explicar o porquê, mas grupos de qualitativas com esse grupo podem ajudar a entender”, diz ele.
O crescimento mais forte dos que acham que Lula não deve se candidatar em 2026 se deu no eleitorado mais pobre, que ganha até dois salários mínimos. Passou de 40% para 56% o percentual dos que não querem ver o petista se candidatar novamente.
A Quaest ouviu 2.000 pessoas entre 25 e 29/9. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade é de 95%.
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