A Polícia Federal deve ouvir, na próxima semana, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, preso preventivamente desde a última terça-feira (19). Segundo a PF, ele fazia parte de um grupo de elite do Exército, os “Kids pretos”, suspeito de envolvimento na articulação de uma tentativa de Golpe de Estado no Brasil após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.
Rodrigo Azevedo é o único alvo de prisão preventiva da Operação Contragolpe que não consta na lista dos 37 indiciados pela PF por participação no plano golpista.
PF
A PF ouvirá Azevedo na próxima semana e deverá fazer complementos no relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Azevedo integrou o grupo da rede Signal chamado de “Copa 2022”. No grupo, os militares eram identificados com nomes de países, sendo Azevedo o “Brasil”. No bate-papo, era discutido o itinerário e o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por Brasília.
“Tais fatos evidenciam que Rodrigo Azevedo se associou à ação clandestina que tinha a função de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes, empregando técnicas de anonimização para se furtarem à responsabilidade criminosa, passarem a consumar o golpe de Estado”, diz o relatório da PF.
Segundo a PF, o tenente-coronel Azevedo também fazia parte de um grupo no WhatsApp chamado “Dosssss!!!”, que era administrado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro .
No dia 30 de dezembro de 2022, Azevedo postou, no grupo, uma mensagem lamentando a falta de ação das Forças Armadas. “Rapaziada esse grupo aqui pra mim perdeu a especificamente…. deixo aqui um abraço pra FE de verdade que fez o que pôde pra honrar o próprio nome e as Forças Especiais… qqq coisa estou no privado!! Força!!” , escreveu.
O relatório final sobre a trama golpista tem 884 páginas e está sob sigilo da Justiça no Supremo Tribunal Federal.
O que diz a defesa de Azevedo?
A defesa do tenente-coronel Rodrigo Azevedo afirma que os fatos atribuídos a ele não “condizem com a realidade”. O advogado pediu que ele, que está preso no Rio, seja transferido para Goiânia. A informação é do jornal O Globo.
Além da prisão preventiva, Moraes determinou o afastamento de Azevedo do cargo. No final de 2022, ele serviu ao Comando de Operações Especiais, em Goiânia.
Deixe um comentário