Na véspera do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, os índices futuros operam no campo negativo, nesta manhã de quarta-feira (27), com os investidores à espera da divulgação do indicador de inflação PCE de outubro, o preferido do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). A previsão de analistas é de alta de 2,70% no núcleo.
O PCE é uma das variáveis usadas pela autoridade monetária dos EUA para balizar a política monetária. Ontem (26), o Fed divulgou a ata da última reunião, sinalizando abordagem mais gradual para cortar taxas. Com isso, é aguardada uma pausa no corte de juros a partir de janeiro.
A meta perseguida pelo Fed é de inflação de 2% ao ano. Se vier alta, o ciclo de cortes nos juros pode estar com os dias contados, o que é ruim para mercados emergentes, como o Brasil.
O resto da semana será pautado por dias com baixa liquidez, uma vez que o mercado financeiro norte-americano ficará fechado amanhã (28) e encerrará as negociações mais cedo na sexta-feira (29).
No Brasil, o destaque do dia será a divulgação de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), as Estatísticas do Mercado Aberto de outubro pelo Banco Central e a Sondagem da Indústria (novembro).
Brasil
O Ibovespa fechou com alta considerável de 0,69% ontem (26), aos 129.922,38 pontos, avanço de 879,76 pontos.
O avanço ocorreu apesar de o pacote de corte de gastos estar pronto (segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad), mas ainda não ter sido anunciado; e de o IPCA-15, considerado a prévia da inflação, ter vindo com aumento de 0,62% em novembro, puxado pelos alimentos.
Ao que tudo indica, está desenhado o cenário que confirma alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, na reunião de dezembro do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), como prevê a mediana do mercado financeiro na última edição do Boletim Focus. Se confirmado o prognóstico, a taxa Selic encerrará o ano em 11,75%.
O dólar comercial ficou próximo da estabilidade pelo segundo dia consecutivo, mas agora no campo positivo, com alta de 0,04%, cotado a R$ 5,808.
Europa
As bolsas europeias operam majoritariamente no campo negativo, com os investidores ainda repercutindo as medidas anunciadas pelo futuro presidente dos EUA, Donald Trump, como elevação de tarifas de preços de produtos importados de países como Canadá, México e China.
Trump, que toma posse em 20 de janeiro, nomeou Jamieson Greer como Representante Comercial dos EUA e Kevin Hassett para dirigir o Conselho Econômico Nacional. Greer esteve intimamente envolvido nas decisões de política comercial do primeiro mandato de Trump.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,03%
DAX (Alemanha): -0,35%
CAC 40 (França): -1,04%
FTSE MIB (Itália): -0,47%
STOXX 600: -0,36%
Estados Unidos
Os índices futuros operam no vermelho, com os agentes aguardando a inflação medida pelo PCE e outros indicadores, enquanto se preparam para um resto de semana de baixa liquidez, devido ao feriado de Ação de Graças amanhã.
Dow Jones Futuro: -0,04%
S&P 500 Futuro: -0,11%
Nasdaq Futuro: -0,25%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam mistos enquanto investidores avaliam lucros industriais da China, que caíram 10% em outubro em relação ao ano passado. Trata-se de mais um dado mostrando que as recentes medidas de estímulos anunciadas pelo governo chinês não estão surtindo os efeitos esperados.
Shanghai SE (China), +1,53%
Nikkei (Japão): -0,80%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,32%
Kospi (Coreia do Sul): -0,69%
ASX 200 (Austrália): +0,57%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem enquanto os mercados avaliam o impacto potencial de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, além de aguardarem a reunião da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) marcada para domingo (1º).
Petróleo WTI, +0,47%, a US$ 69,09 o barril
Petróleo Brent, +0,43%, a US$ 73,12 o barril
Agenda
Saem nos Estados Unidos o Índice do Mercado Hipotecário (semanal); o Índice de Preços PCE (outubro); e os dados das Vendas Pendentes de Moradias (outubro).
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o líder interino do governo no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar o pacote de contenção de gastos defendido pelo governo federal ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na reunião de líderes, na manhã de quinta-feira. As informações são do jornal O Globo.
Segundo Otto, é difícil o pacote avançar no Congresso ainda este ano, considerando o prazo exíguo até o recesso parlamentar e a pauta lotada de projetos importantes para o governo e o impasse em relação às emendas parlamentares. Na seara de indicadores, saem os dados do Caged, as Estatísticas do Mercado Aberto de outubro pelo Banco Central e a Sondagem da Indústria (novembro).
Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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