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Ministro da Agricultura diz que desmatamento tornou Brasil um pária. ‘Vamos ser a produção agrícola mais sustentável do mundo’

Presente à posse, ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que quem perdeu a disputa deve “eventualmente chorar e se preparar para novas eleições”
03/01/2023 | 16h00

Fortalecer a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi o primeiro compromisso assumido pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, senador pelo PSD mato-grossense. Segundo ele, a Embrapa foi “a grande responsável para que o Brasil se tornasse um player quase incomparável na produção de alimentos”. Mas agora é preciso recuperar a imagem do país, que se tornou um “pária” internacional por causa do desmatamento.

“Há condição de produzir com sustentabilidade. Este é o maior desafio (…) Vamos abrir a porta para o crescimento sustentável da produção brasileira”, afirmou o ministro ao tomar posse, na tarde desta segunda-feira (2). Em vários momentos de seu discurso, o ministro da Agricultura enfatizou a importância do setor no combate à fome.

O ministro da Agricultura afirmou também que não haverá conflitos com colegas de ministério – citou Marina Silva (Meio Ambiente) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). “Posso aqui adiantar para vocês: todos vão se surpreender, porque estamos do mesmo lado”, disse Fávaro. “Queremos e vamos ser a produção agrícola mais sustentável do mundo.”

Para ele, precarizar o combate ao crime ambiental significar “matar a galinha dos ovos de ouro e o futuro das próximas gerações”. O Brasil é um bom produtor de alimentos, acrescentou o ministro, porque tem todas as condições para isso: gente, máquinas, sementes, terras propícias, tecnologia. “Mas de nada valeriam todos esses ativos se não tivéssemos o principal: clima, chuva, abundância de estabilidade climática.” Ele disse ainda que é possível aumentar a área de plantação sem derrubar árvores.

“Temos 30 milhões, talvez 40 milhões de hectares pastagens degradadas, que podem ser incorporadas, graças à ciência, à Embrapa, que descobriu a forma de recuperar os solos. Por que estão assim? Por alta de investimento.” Assim, é possível pensar em um programa de crescimento em torno de 5% ao ano. Com isso, “em 20 anos dobraremos a área plantada sem derrubar uma árvore sequer, gerando oportunidade, renda emprego pras pessoas, fartura de alimentos, sustentabilidade”.

Gilmar Mendes na posse do novo titular da Agricultura

Antes do novo titular da Agricultura, um dos que fizeram uso da palavra foi o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mato-grossense, que falou em desenvolvimento social e tecnologia. Podemos ser um país que se jacta, e de fato é, o maior produtor de grãos do mundo, e pessoas passando fome”, afirmou.

Ele pediu respeito aos “dissensos”, mas acrescentou que “a liberdade de expressão não pode colocar em xeque a democracia”. Assim, acrescentou, quem governa “precisa de paz e não de conflitualidade”. Aos quem perde, Mendes sugeriu: “Lambe as feridas, eventualmente chorar e se preparar para novas eleições” ‘quem governa precisa de paz e não de conflitualidade”. O ministro disse que a Constituição está prestes a completar 35 anos. Parece pouco, mas “é o mais longo período de normalidade institucional da vida republicana começada em 1889”.

Portos e Aeroportos

Além de Fávaro na Agricultura, quem também assumiu hoje foi o ex-governador de São Paulo e ex-prefeito de São Vicente Márcio França (PSB). Ele defendeu que o Porto de Santos passe a ter o nome de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, cujo corpo está sendo velado no estádio de Vila Belmiro. A posse foi prestigiada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, do mesmo partido.

Segundo ele, processos de privatização no setor serão reavaliados. Mas as concessões já homologadas não serão revistas.

Rede Brasil Atual

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