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Brasil presidirá Cúpula do G20 em novembro de 2024, no Rio. Fome, pobreza e clima estão entre os eixos do mandato

País assumiu presidência do bloco em 1º de dezembro. O mandato tem duração de um ano e se encerrará em 30 de novembro de 2024, um pouco depois da cúpula, que acontece nos dias 18 e 19 do mesmo mês, no Rio de Janeiro.
12/12/2023 | 19h05

O Brasil conduzirá, em 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, a Cúpula do G20, que deve reunir em um mesmo espaço as principais lideranças globais. O país assumiu, em 1º de dezembro, a presidência temporária do grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana.

O mandato brasileiro tem duração de um ano e se encerrará em 30 de novembro de 2024. É a primeira vez que o país ocupa essa posição na história do grupo no formato atual.

O encontro no Rio será o ápice da agenda de trabalho do Brasil à frente da presidência do bloco.

O G20 responde por cerca de 85% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.

No próximo ano, os países do bloco vão debater propostas, ideias e soluções para as principais pautas internacionais, que vão nortear a declaração final dos presidentes e as cooperações que serão estabelecidas entre os países membros durante a cúpula.

A partir de dezembro de 2024, a presidência do G20 passará para a África do Sul.

Além da África do Sul e Brasil, integram o G20 Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Africana.

A presidência brasileira terá ainda oito países convidados: Angola, Egito, Nigéria, Espanha, Portugal, Noruega, Emirados Árabes Unidos e Singapura.

Ainda há dúvida sobre a presença do presidente Vladimir Putin, da Rússia, na cúpula. Ele é alvo de um mandado de prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional) pela acusação de deportação forçada de crianças ucranianas.

Outra dúvida é em relação à presença do recém-empossado presidente argentino, que já teve postura beligerante em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao da China, Xi Jinping, e a fóruns de debates internacionais, como o Mercosul.

Finanças e saúde, fome e desigualdade e combate às mudanças climáticas estarão no centro do debate na Cúpula do G20

A frente do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá três eixos principais para tratar: finanças e saúde, combate à fome e à desigualdade e contra as mudanças climáticas. O governo brasileiro espera, ao final da gestão, deixar como marca contribuições inéditas e concretas nessas áreas. Haverá, ainda, uma iniciativa pela bioeconomia.

A governança global também deve ser outro assunto pautado pela gestão brasileira. Lula tem criticado a baixa influência e a formação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) na mediação de conflitos internacionais, além de ter defendido que instituições multilaterais de crédito, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, deem prioridade às necessidades das nações em desenvolvimento, sobretudo na área de infraestrutura, e estudem formas de renegociação de dívidas de países em dificuldades.

A meta do governo brasileiro é deixar, até o fim da gestão à frente do G20, contribuições inéditas e concretas nas áreas escolhidas, que têm sido bandeiras do presidente Lula.

O desafio, no entanto, será envolver todos os países nesses debates. A avaliação é que o combate à fome, à desigualdade e às mudanças climáticas são mais tangíveis, enquanto o assunto da governança é mais espinhoso.

As prioridades do Brasil foram apresentadas por Lula em um vídeo que marcou o início da presidência do país no G20.

Na ocasião, o petista disse: “Para o Brasil, assumir a presidência do G20 é mais do que uma honra, é um compromisso. Compromisso de colocar o combate à fome, à extrema pobreza e à desigualdade no centro da agenda internacional. Compromisso de convencer os países ricos que não existem dois planetas Terra, que é urgente enfrentar com determinação a crise climática”, disse.

“O planeta precisa com urgência de uma transição energética e o Brasil reúne todas as condições para produzir energia verde que o mundo precisa. O nosso terceiro compromisso é engajar o G20 na luta do Brasil por uma nova governança global. Não é possível que as organizações financeiras criadas há quase 80 anos continuem funcionando com os meus paradigmas, sem levar em conta as mudanças estruturais do século XXI”, complementou Lula.

Redação ICL Economia
Com informações de O Globo

 

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