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IPCA de março é o maior em 28 anos e inflação chega a 11,30%  

O índice já acumula alta de 3,20% no ano e governo não conseguirá cumprir a meta para 2022
08/04/2022 | 13h11

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 1,62% em março. É o maior valor para os meses de março em 28 anos, ou seja, desde março de 1994. O índice mede a inflação oficial do país e foi divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA já acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

A alta foi puxada principalmente pelos preços dos combustíveis, em especial, o da gasolina (6,95%), subitem com maior impacto individual (0,44 ponto percentual) no índice do mês. Também houve alta forte no gás veicular (5,29%), etanol (3,02%) e óleo diesel (13,65%). Esses aumentos refletem o reajuste de até 24,9% anunciado pela Petrobras e que entrou em vigor no dia 11 de março.

Alimentos e bebidas avançam 2,42%

O IPCA também foi puxado para cima devido ao aumento no setor de Alimentação e Bebidas, com 2,42%. A alta foi disseminada nos preços de vários alimentos, por questões específicas de cada alimento, como fatores climáticos, mas também está relacionada ao custo do frete. Segundo a pesquisa, a maior alta em itens individuais foi a do tomate (0,08 p.p.), cujos preços subiram 27,22% em março. A cenoura avançou 31,47% e já acumula alta de 166,17% em 12 meses. Também subiram os preços do leite longa vida (9,34%), do óleo de soja (8,99%), das frutas (6,39%) e do pão francês (2,97%).

O impacto dos preços dos alimentos e transportes recai com maior força entre os trabalhadores de menor renda, que têm grande parte dos seus rendimentos comprometidas com esses itens. A inflação entre os mais pobres é sempre mais alta do que apontam os índices oficiais, que calculam sobre uma média.

Em resumo, oito dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em março:
. Alimentação e bebidas: 2,42%
. Habitação: 1,15%
. Artigos de residência: 0,57%
. Vestuário: 1,82%.
. Transportes: 3,02%
. Saúde e cuidados pessoais: 0,88%.
. Despesas pessoais: 0,59%
. Educação: 0,15%
. Comunicação: -0,05%

Veja aqui todos os números do IPCA, na apresentação oficial divulgada pelo IBGE.

Inflação acima da média

A meta de inflação para 2022 é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. No entanto, são 7 meses seguidos com a inflação acima dos dois dígitos. Em 2021, a inflação oficial foi de 10,06%, a maior inflação em seis anos.

O Banco Central já admitiu que o IPCA deve estourar a meta pelo segundo ano seguido e projeta uma taxa de 7,1%. O pico do índice deve ser atingido em abril. Para 2023 e 2024, o Banco Central projeta uma inflação de, respectivamente, 3,4% e 2,4%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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