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Em maio, inflação foi maior para quem ganha mais, segundo IPEA. Mas, no acumulado, atinge mais quem tem renda baixa

No acumulado do ano e em 12 meses, a situação continua equilibrada entre as diferentes faixas de renda, porém, com um impacto um pouco maior para a população com menos renda
20/06/2022 | 20h50

A inflação foi maior, em maio, pela primeira vez no ano, as faixas de renda mais altas do que entre as mais baixas. É o que mostra o estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado hoje (20). Essa situação resulta da melhora significativa da inflação de alimentos, além da queda do preço da tarifa energética, que impactam diretamente as pessoas com renda mais baixa. Já a alta elevada dos combustíveis e das passagens aéreas tem peso maior no orçamento de pessoas com renda maior.

O impacto da inflação para pessoas de renda muito baixa foi de 0,29%; de renda baixa, 0,4%; de renda baixa-média de 0,47%; de renda média, 0,59%, de renda média-alta, 0,62%; de renda alta foi de 0,93%.

Dois grupos, dentro do índice IPCA (Índice de preços no consumidor), que impactam muito a inflação para os mais pobres são os Alimentos e bebidas e Habitação. Neste último, se encontram o gás e a tarifa de energia elétrica. No caso do primeiro, o impacto foi bem reduzido neste mês, de 0,21% para renda muito baixa, e de 0,1% para a renda alta. No segundo grupo, houve queda nos preços, devido ao recuo da tarifa energética neste mês, o que impactou em 0,46% para as pessoas com renda muito baixa, mas apenas 0,08% de impacto negativo para a renda alta, explicam os economistas do ICL André Campedelli e Deborah Magagna.

Segundo os economistas, ao mesmo tempo que o grupo transportes tem maior peso na inflação para a população com renda mais alta, foi um dos itens com maior impacto na inflação deste mês, sendo de 0,15% para a população com renda muito baixa e de 0,62% para a renda alta. A combinação de alto peso do grupo transporte com o impacto da deflação do grupo habitação e a baixa participação do grupo alimentos e bebidas explica tal situação.

“A inflação foi maior no mês de maio porque teve um comportamento bem distinto se comparado ao mesmo período do ano anterior. O impacto foi invertido, sendo que, em maio de 2021 o impacto foi mais relevante para a população com renda mais baixa e, agora, o impacto foi maior para a população com maior renda”, afirmam os economistas.

O impacto da inflação para a renda muito baixa em 2021 foi de 0,92, enquanto que agora é de apenas 0,29%. Ao mesmo tempo, para a população com renda alta, em 2021 a alta foi de 0,5% e, agora, corresponde a 0,93%. No ano passado, a alta maior de preços provocada pela inflação foi verificada nos alimentos.

Na pandemia, inflação foi maior para os mais pobres

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Em 12 meses, inflação foi maior nos alimentos, com impacto nas pessoas com menos renda

Dados do Observatório das Metrópoles, divulgados na nova edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, mostram que, quando começou a pandemia, os mais pobres foram os que mais sentiram a inflação, com uma perda de renda em torno de 30%. 

No último trimestre de 2020, houve um lento processo de recuperação por conta da inflação. No entanto, a retomada, iniciada em outubro de 2020, não foi suficiente para voltar ao patamar de antes da pandemia com a inflação. De janeiro a março de 2022, a tendência se reverteu e o rendimento caiu. Depois de cinco trimestres de alta, a média da renda dos 40% mais pobres caiu, atingindo o valor de R$240,79 per capita.

No acumulado do ano e em 12 meses, a inflação continua equilibrada entre as diferentes faixas de renda, porém, com um impacto um pouco maior para a população com menos renda.

No acumulado em 2022, o impacto acumulado para a renda muito baixa foi de 4,79%; para a renda baixa e renda baixa-média, de 4,82%; para a renda média, de 4,85%; para a renda média-alta, 4,71% e para a renda alta, de 4,66%.

No acumulado em 12 meses, o impacto da inflação para a população com renda muito baixa foi de 12%; para a renda baixa, 11,8%; para a renda baixa-média, 11,9%; para a renda média de 11,7%; para a renda média-alta, 11,2% e para a renda alta, de 11,3%.

No acumulado em 12 meses, os dois grupos de maior impacto foram os alimentos e bebidas e o grupo transportes. Enquanto que o primeiro afeta com maior intensidade a população de menor renda, o segundo impacta mais as pessoas com maior renda.

No grupo alimentos, o impacto  da inflação acumulado em 12 meses atingiu 3,87% para as pessoas com renda muito baixa; 3,4% para a renda baixa; 3,08% para a renda baixa-média; 2,49% para a renda média; 2,12% para a renda média-alta e de 1,54% para a renda alta.

No grupo transportes, para a renda muito baixa o impacto da inflação em 12 meses foi de 2,19%, para a renda baixa, de 2,96%; para a renda baixa-média, 3,79%; para a renda média, de 4,85%; para a renda média-alta, 5,04% e para a renda alta, 5,78%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do Boletim “Economia Para Todos Investidor Mestre”

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