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Título público já está mais caro diante da aprovação da PEC Kamikaze, como está sendo chamada a PEC dos Auxílios

Além do risco da aprovação da PEC dos Auxílios, mercado ainda considera probabilidade, em torno de 50%, de recessão nos Estados Unidos e também na Europa nos próximos 12 meses
30/06/2022 | 20h15

O cenário doméstico de mais gastos públicos, principalmente diante da expectativa de que o governo eleve gastos sociais fora do teto, com a aprovação da PEC dos Auxílios pelo Congresso, aumentou as apostas de que o Banco Central (BC) brasileiro tenha que estender o ciclo de juros altos para segurar a inflação.

A PEC dos Auxílios, já apelidada de PEC Kamikaze, tem custo estimado em R$ 38,5 bilhões.

Investidores já estão cobrando mais caro nas negociações com títulos públicos, de olho na aprovação da PEC Kamikaze. Com isso, os contratos de juros futuros, que embutem a expectativa dos agentes de mercado acerca da condução da política fiscal, têm registrado forte alta ao longo do mês de junho.

A taxa do contrato para janeiro de 2023, que era negociada a 13,38% no fechamento de maio, estava ao redor de 13,76% nesta quinta-feira (30). Parte desse movimento se deve ao ambiente externo, com o Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) elevando a taxa de juros americana em 0,75 ponto percentual.

Além da alta nas taxas dos contratos de juros futuros, houve a forte alta registrada pelo dólar em junho, próxima de 10%, caminhando para o maior aumento desde março de 2020, quando os mercados financeiros do mundo inteiro foram abalados pelo choque inicial da Covid-19.

A aprovação da PEC dos Auxílios é a nova ofensiva do governo Jair Bolsonaro (PL) para a reeleição. O projeto inclui um aumento de R$ 200,00 nos repasses mensais do Auxílio Brasil (programa que substitui o Bolsa Família desde dezembro de 2021), que passariam a uma média de R$ 600,00 – mesmo patamar do auxílio emergencial no período mais crítico da pandemia de Covid-19. E ainda a zeragem da fila de beneficiários do programa, com 1,6 milhão de famílias incluídas. O custo com a aprovação da PEC, neste caso, seria de outros R$ 26 bilhões.

A proposta, que inclui a aprovação da PEC dos Auxílios, também passa a contar com um reajuste do auxílio-gás, de modo a garantir o equivalente em dinheiro ao valor de compra de um botijão a cada dois meses para um público de 5,86 milhões de famílias, a um custo de R$ 1,05 bilhão. O texto para a aprovação da PEC ainda trata da criação do “voucher caminhoneiro” para o abastecimento de diesel, no

Há o temor doméstico, com a aprovação da PEC dos Auxílios, junto ao temor externo de uma recessão nos Estados Unidos, a maior economia do mundo

aprovação da PEC

Queda global na renda (Crédito: Envato )

O risco fiscal se somou aos movimentos de mercado nesta quinta (30), que tiveram como principais balizadores o ambiente externo, com quedas expressivas da principais bolsas globais, em meio a uma desaceleração da economia em escala global.

Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 operava em baixa de 0,8%, enquanto a curva de juros americana também oscilava em baixa, influenciado para o movimento de queda dos juros no Brasil –o contrato do DI para 2023 cedia de 13,79% para 13,76%. O externo está se sobrepondo ao doméstico.

Dados divulgados, nesta quinta (30), no mercado americano, mostram que os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram menos do que o esperado em maio, com o aumento dos juros e as condições financeiras mais apertadas alimentando os temores de uma recessão na maior economia do mundo.

Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, avançaram 0,2% no mês passado, informou o Departamento de Comércio americano nesta quinta, menor ganho em cinco meses. Economistas consultados projetavam alta de 0,4% dos gastos. Além disso, o dado de abril foi revisado para mostrar aumento de 0,6%, ao invés de 0,9% como relatado anteriormente.

Neste cenário, já há gestores considerando a probabilidade, em torno de 50%, de recessão nos Estados Unidos e também na Europa nos próximos 12 meses. Seria uma desaceleração significativa do crescimento.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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