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Setor de serviços puxa empregos com carteira assinada. Salário baixo e precarização marcam retomada

Levantamento da CNC mostra que salários pagos são, em média, menores que os pagos no pré-pandemia
11/07/2022 | 18h49

Muito afetado pela pandemia de Covid-19, o setor de serviços vem colhendo os frutos da reabertura da economia e do retorno das atividades presenciais e, por essa razão, foi o que mais originou vagas com carteira assinada no país nos últimos 12 meses, conforme levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No entanto, as vagas originadas nesse que é o setor que mais emprega no país não refletem necessariamente em bons salários e posições mais qualificadas.

Na lista das 10 profissões que mais geraram vagas no país com carteira assinada estão faxineiro, assistente administrativo, vendedor de comércio varejista, alimentador de linha de produção, auxiliar de escritório, servente de obras, atendente de lojas e mercados, auxiliar nos serviços de alimentação, atendente de lanchonete e motorista de caminhão. As profissionais integram a lista de 2.608 ocupações da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) da base de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.

Em um ano, foram criados 163,4 mil novos postos de trabalho para a ocupação de faxineiro, representando 6,15% de todas as vagas geradas com carteira assinada geradas no país no período (2,66 milhões). Em fevereiro de 2020, eram 1,59 milhão de faxineiros formais, segundo a CNC. Agora, são 1,79 milhão, expansão de 10% em 12 meses, superando o contingente pré-pandemia.

No entanto, a maior parte das ocupações inclusas na lista ainda não recuperaram o patamar de atividade pré-pandemia. Um dos fatores pode ser a reconfiguração da economia, com o avanço do trabalho híbrido e do comércio eletrônico.

De acordo com dados do governo federal, foram criados 277 mil empregos com carteira assinada em maio no Brasil. Das 2,6 milhões de vagas formais a mais criada no período avaliado, 53,9% representam o setor de serviços.

Considerando todas as profissões, o salário médio real de admissão, em maio, foi de R$ 1.898,00. O valor caiu 5,6% em um ano.

Outro levantamento da CNC mostra que o salário de contratação caiu em 128 das 140 principais profissões no acumulado em 12 meses até maio. A remuneração média de admissão de faxineiro, por exemplo, ficou em R$ 1.447, abaixo do salário médio para novas vagas com carteira assinada.

Empregos com carteira assinada na área de saúde e tecnologia pagam melhor

mulheres no trabalho, carteira assinada

Profissional de Tecnologia da Informação / Crédito: Envato

Entre as profissões contratadas com salários acima da inflação estão ocupações que tiveram alta nas contratações principalmente pelo impacto da pandemia, como as atividades ligadas às áreas de saúde, educação e tecnologia.

No topo do ranking, com ganho de 35,6% acima da inflação em um ano, está o médico clínico, cujo salário médio de contratação nos últimos 12 meses até maio foi de R$ 10.833,65. O grupo das ocupações com valorização inclui também professores, profissionais de TI e de gestão de estoques e vendas.

As 12 profissões com salário iniciais que superaram a inflação são: médico clínico, professor de nível médio no ensino fundamental, controlador de entrada e saída na indústria, professor de nível superior na educação infantil, estoquista, programador de sistemas de informação, professor de nível médio na educação infantil, gerente comercial, trabalhador no cultivo de árvores frutíferas, analista de desenvolvimento de sistemas, costureiro na confecção em série, repositor de mercadorias.

Para os próximos meses, a expectativa é de uma desaceleração do ritmo de criação de vagas de emprego, em razão da alta dos juros, da inflação persistente na casa de dois dígitos e das incertezas relacionadas à disputa eleitoral.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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