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Equipe de Lula avalia inserir dispositivo que permite revisão do teto de gastos na PEC da Transição no futuro

Dispositivo que permitiria uma revisão do teto de gastos por meio de lei complementar foi retirado pela equipe do governo Bolsonaro durante a votação da PEC dos precatórios
23/11/2022 | 12h06

A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avalia inserir na PEC da Transição dispositivo que permitiria uma revisão do teto de gastos por meio de lei complementar. O dispositivo foi retirado pela equipe do governo Bolsonaro durante a votação da PEC dos precatórios. O dispositivo na PEC autorizaria o extrateto de uma revisão do teto de gastos por lei complementar no futuro.

A minuta da PEC da Transição prevê  retirar do teto de gastos R$ 175 bilhões para o pagamento do Bolsa Família a partir de 2023 no valor de R$ 600, com adicional de R$ 150 por criança, sem um prazo determinado.

Segundo levantamento do economista Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), feito a pedido da BBC News Brasil, os gastos do governo Bolsonaro acima do teto somam R$ 794,9 bilhões de 2019 a 2022. Foram R$ 53,6 bilhões em 2019, R$ 507,9 bilhões em 2020, R$ 117,2 bilhões em 2021 e serão R$ 116,2 bilhões em 2022.

PEC terá algum tipo de âncora fiscal, mesmo mantendo os recursos para o Bolsa Família fora do teto de gastos 

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Crédito: Agência Brasil / Marcello Casal Jr

O ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) afirmou, para a reportagem da Folha de S Paulo, que a previsão de rever a âncora fiscal em 2026 existia na Emenda Constitucional 95, que criou o teto, mas foi retirada em mudança posterior do texto constitucional promulgada durante governo de Jair Bolsonaro (PL).

A senadora e membro da equipe de transição Simone Tebet (MDB-MS) ainda afirmou na terça (22) que a PEC terá algum tipo de âncora fiscal e que é possível manter os gastos com o Bolsa Família fora do teto de gastos pelos quatro anos do governo Lula. Segundo Tebet, o Congresso Nacional vai ter que se decidir sobre isso. Mas acredito que tem condições de se estender pelos quatro anos.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu nesta terça-feira a formulação de uma regra para substituir a atual âncora fiscal do teto de gastos. No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Alckmin afirmou que o ideal é a instituição de uma meta de dívida, combinada com resultado fiscal primário (ou seja, receitas menos despesas do governo, sem contar o pagamento de juros da dívida pública).

Alckmin ressaltou, porém, que a regra em si não está contida na ‘Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição’. Segundo ele, essa nova âncora seria desenhada no próximo ano.

“Isso terá que ser discutido. A emenda constitucional propõe sim uma revisão. Então haverá sim uma discussão e uma revisão. Acho que o ideal era fazer uma combinação entre o teto, aí se define qual é a melhor fórmula, com a evolução da curva da dívida e o resultado primário. Você faz uma composição”, afirmou Alckmin.

Redação ICL Economia
Com informações do G1 e do jornal O Globo

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