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Presidente do Banco Central compara Selic a antibiótico e segue dizendo que não é o momento de reduzir os juros

Campos Neto ignora queda da inflação em março
13/04/2023 | 11h57

Apesar da queda da inflação de março, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comparou a Selic a uma dosagem de antibiótico e disse que ainda não é hora de reduzir os juros no Brasil. A declaração ocorreu durante evento da XP Investimentos, que acontece em Washington, em paralelo às reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI)  e do Banco Mundial, conforme apurou o Estadão/Broadcast.

Com uma plateia composta basicamente por brasileiros que operam internacionalmente e economistas de assets domésticas, o presidente do BC fez uma metáfora e comparou a Selic a uma dosagem de antibiótico, onde a economia é o paciente, de acordo com uma fonte do Estadão. “Se você parar no meio do tratamento só porque você tem os primeiros sintomas mais positivos, você pode perder todo o efeito”, explica.

Quando questionado por investidores sobre pressões políticas para baixar os juros no Brasil, Campos Neto desviou. Vale lembrar que o presidente do BC vem sendo cobrado por uma redução da Selic não só pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mas também por ministros, economistas, analistas de mercado e empresários.

Campos Neto ainda evitou comentar a possibilidade de mudar a meta da inflação brasileira, mencionando a experiência internacional, que mostra que não necessariamente tal passo ajudaria a reduzir as taxas.

Banco Central se coloca como balizador da política econômica

Em relação à nova regra fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do BC avaliou que a proposta “tira o risco de cauda da frente”, conforme fontes. “Ele falou de boa vontade muitas vezes, de boa vontade do governo apresentar um fiscal mais ok”, cita uma delas.

O economista do ICL André Campedelli afirma que o BC quer se colocar como balizador da política econômica, quando deveria focar no seu papel. “Em vez de focar na questão da política monetária, faz várias cobranças, falando do arcabouço fiscal. Por ser um órgão independente, deveria estar falando só de política monetária, mas está se achando, na verdade, como o poder moderador da economia brasileira, como se dissesse – ‘eu faço isso, se vocês fizerem isso’”, criticou.

Redação ICL Economia

Com informações do Estadão

 

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