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Só faltava essa: Tarcísio se diz contrário à política de valorização do salário mínimo implementada pelo governo Lula

Segundo o governador bolsonarista do estado de São Paulo, valorização do mínimo “é a prioridade zero” do ponto de vista econômico. Do ponto de vista social, Tarcísio diz que o principal problema é a segurança pública.
24/04/2024 | 11h57

O governador do estado de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), não nega de que lado está. Na última segunda-feira (22), ele reclamou que a política de valorização do salário mínimo implementada pelo governo Lula 3 “está comendo a reforma da Previdência”.

Não parou por aí. Ele também afirmou que valorizar o piso nacional não é importante, nem do ponto de vista econômico, nem do ponto de vista social.

Para o governador de São Paulo, a política de reajuste do salário mínimo piora a situação fiscal do Brasil. Do ponto de vista social, Tarcísio disse que o principal problema é a segurança pública.

“Eu diria que nós temos dois riscos importantes. Um, do ponto de vista econômico, é o risco fiscal. O risco fiscal vai drenar oportunidades do Brasil, e a gente já está vendo isso. Nós temos países mais bem posicionados, e a gente está perdendo o bonde. Observe, o mundo está se reorganizando em termos de cadeias globais de produção”, afirmou Tarcísio durante evento em São Paulo (SP) promovido pela Esfera Brasil – grupo que reúne empresários de diversos setores da economia brasileira.

“Quem apostou na desinflação americana errou, a taxa de juros lá está alta. Isso vai drenar a liquidez internacional. A gente tinha que ser muito mais bem comportado [do ponto de vista fiscal] e a gente não está conseguindo ser. A gente não está conseguindo perceber que é necessário enxugar a despesa, reservar recursos para fazer investimento e ter capacidade de atrair o capital privado, ter capacidade de liderar a transição energética”, disse.

Política de valorização do salário mínimo foi retomada no governo Lula 3

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu retomar em seu terceiro mandato a política de não só corrigir o mínimo pela inflação, mas voltar a conceder reajustes reais do benefício, com base no crescimento da economia.

Essa prática vigorou durante os governos petistas, tanto de Lula quanto de Dilma Rousseff, mas foi interrompida durante as gestões de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

Durante a campanha de 2022, Bolsonaro chegou a prometer que reajustaria o mínimo acima da inflação caso vencesse.

O governo Lula encaminhou ao Congresso, no último dia 15, o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025, prevendo um salário mínimo de R$ 1.502 a partir do ano que vem.

O valor segue a fórmula de correção da política de valorização, que inclui reajuste pela inflação de 12 meses até novembro do ano anterior mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (neste caso, a alta de 2,9% observada em 2023).

O valor representa uma alta de 6,37% em relação ao piso atual, de R$ 1.412, que passou a valer em janeiro deste ano.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney

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