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Efeito Trump: por que o dólar disparou com a vitória do republicano e, na contramão, real se valorizou. Economista do ICL explica

No Brasil, o dólar começou o dia de ontem (6) a R$ 5,86, mas, na contramão do que aconteceu no mundo, caiu 1,26% e fechou ontem aos R$ 5,67.
07/11/2024 | 15h07

A confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (6), já impactou a economia mundial, causando um aumento expressivo nos juros futuros e consequentemente gerando uma alta no valor do dólar. A informação é da jornalista Bruna Miato, do G1.

Os juros futuros são uma indicação da expectativa que o mercado financeiro projeta sobre a taxa básica de juros dos EUA, que é definida pela pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Graças a eles, é possível medir o rendimento das “Treasuries” — títulos públicos americanos.

Investir nos “Treasuries” é considerado como um dos investimentos mais seguros do mundo, por isso, os que têm rentabilidade mais alta atraem muitos investidores, fortalecendo o dólar.

Na manhã desta quarta-feira (6), o rendimento dos “Treasuries” de 10 anos teve a maior alta dos últimos 10 meses, na casa dos 4,47%. Na última semana, quando a vitória de Trump era apenas uma expectativa do mercado, o título havia atingido a marca de 4,388%.

Além do rendimento de 10 anos, os “Treasuries” de 2 anos também avançaram, chegando a  4,31%.

A economista do ICL, Deborah Magagna, explica que esse movimento aconteceu porque, devido ao cenário que se coloca com a eleição de Trump, o mercado está projetando uma alta da inflação, o que aumenta o rendimento das “Treasuries”.

“Aí sai dinheiro especulativo dos países emergentes para buscar um ganho maior em um lugar que traz mais segurança”, explicou Deborah no ICL Mercado e Investimentos desta quinta (7).

Esse movimento acaba fortalecendo o dólar frente às outras moedas, o que chegou a acontecer no Brasil também durante a manhã de ontem.

Entenda por que o dólar se desvalorizou frente ao real ontem

Na zona do Euro, o dólar subiu 1,8%. Em relação à libra, a alta foi de 1,1%. As economias emergentes também sentiram o impacto. Na Coreia do Sul, a moeda americana se valorizou 1,5%; na África do Sul, 1,4%; e no Chile, 0,7%.

No Brasil, o dólar começou o dia a R$ 5,86, mas, na contramão do que aconteceu no mundo, caiu 1,26% e fechou ontem aos R$ 5,67. A economista do ICL explica que há dois motivos para isso.

O primeiro é que o real vinha se desvalorizando frente ao dólar há um tempo. “O real chegou a um patamar de teto, o que proporciona uma realização de ganhos. As pessoas vendem o dólar porque acham que já ganharam o suficiente e que ele vai cair a partir dali”, afirma Deborah.

O segundo motivo para a valorização do real seria a expectativa do mercado pelo anúncio do pacote de corte de gastos. “Diante de um efeito Trump que poderia pressionar ainda mais a nossa inflação e o próprio câmbio, o mercado começou a achar que o governo vai agir com mais celeridade para divulgar o pacote de corte de gastos. Esse foi o principal motivo que derrubou o dólar ontem”, explica a economista, que acrescentou que o mercado também está empolgado com a expectativa de mais altas na taxa de juros, o que sempre traz dinheiro especulativo.

Redação ICL Economia

Com informações do G1, ICL Notícias e ICL Mercado e Investimentos.

 

 

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