Por João Gabriel
(Folhapress) — O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (4) que manterá o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, mesmo após uma série de denúncias de casos de abusos de policiais militares paulistas.
Na chegada à Câmara dos Deputados, em Brasília, para receber uma condecoração por contribuições aos trabalhos legislativos, ele foi questionado sobre a violência da Polícia Militar e se recusou reiteradamente a responder. Perguntado se substituiria Derrite, ele disse que não.
“Olha os números, você vai ver que [ele] está fazendo um bom trabalho”, disse Tarcísio.
Questionado sobre quais números seriam esses, afirmou que eram as “estatísticas criminais”, e se recusou a dar mais explicações.
Como mostrou a Folha de S. Paulo, policiais militares veem que a gestão Derrite ampliou a sensação de impunidade dentro da força e prejudicou a disciplina.
Tarcísio: PM ‘não matou o cidadão’
Questionado sobre o caso do homem que foi jogado de cima de uma ponte por um policial militar, durante uma abordagem, o governador disse que a PM “não matou” o cidadão. “A pessoa saiu com ferimentos leves, o que aconteceu foi muito ruim, vamos tomar providências”, completou.
O episódio, que aconteceu na segunda-feira (2), foi gravado e as imagens causaram revolta em relação a conduta do policial.

O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo Guilherme Derrite (Foto: Alesp)
Derrite apela para indicadores
Como revelou o Painel, Derrite tem se agarrado a indicadores de segurança de sua gestão para tentar contornar a crise. O argumento principal é que a gestão linha-dura na segurança tem dado resultados.
No dia 30 de novembro, a secretaria divulgou dados que mostram que o estado registrou em dez meses o menor número de homicídios dolosos da história. Foram 2.065 no período, redução de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Em outubro, houve 205 registros de homicídios no estado, a segunda menor marca desde 2001, início da série histórica.
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