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Datafolha: gestão Haddad na economia é aprovada por 27% dos brasileiros; 34% consideram regular

Medidas como o reforço na fiscalização do Bolsa Família e a fixação de idade mínima para aposentadoria dos militares foram amplamente apoiadas pela população
16/12/2024 | 16h40

Pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (16), aponta que 61% dos brasileiros avaliam positivamente (ótima, boa e regular) a gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à frente da política econômica do Brasil. Contudo, as propostas de corte de gastos e as reformas tributária e fiscal enfrentam críticas significativas, mostrando que o discurso do mercado, que tem o apoio da mídia hegemônica, tem surtido efeito. O levantamento, realizado entre os dias 12 e 13 de dezembro, revela uma diferença de percepção entre os que tomaram conhecimento das medidas e os que não o fizeram.

De acordo com o estudo, 27% consideram a gestão de Haddad como boa ou ótima, enquanto 34% a classificam como regular. Outros 34% a avaliam como ruim ou péssima. A pesquisa, que envolveu 2.002 entrevistas em 113 municípios, revela ainda que uma parcela significativa da população (59%) não tomou conhecimento do pacote de corte de gastos.

As críticas à gestão de Haddad ficaram mais evidentes entre os 41% que acompanharam o anúncio do pacote referente ao ajuste fiscal. Desses, 42% consideram a gestão ruim ou péssima, e apenas 29% a consideram boa ou ótima.

O pacote de medidas, que inclui a reforma tributária e sugestões como isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 e tributação mínima para quem ganha acima de R$ 50 mil, foi mal recebido por economistas e especialistas, que o consideraram insuficiente para lidar com o crescimento da dívida pública.

E economista do ICL Deborah Magagna disse à época do anúncio do pacote fiscal que o mercado estava esperando corte de gastos mais comum. “A primeira coisa [que esperavam] era cortar na Saúde e na Educação, nos benefícios sociais, ou seja, sempre o lado mais fraco da corda”, pontuou Deborah.

No entanto, o mercado foi surpreendido com a notícia da isenção de IR e, aliás, reagiu mal com a alta do dólar.

“O pacote está mexendo com outras camadas [da população]. É mais fácil cortar no social, quando a corda puxa para o lado mais fraco, pois são pessoas que não têm poder político e econômico. Quando corta nas camadas mais altas, se mexe com quem tem poder político e econômico”, pontuou.

Datafolha revela apoio popular a propostas do governo

A pesquisa também revela o apoio popular para algumas das propostas do governo. Medidas como o reforço na fiscalização do Bolsa Família e a fixação de idade mínima para aposentadoria dos militares foram amplamente apoiadas pela população, com 89% e 73% de aprovação, respectivamente. No entanto, questões como a limitação de reajustes do salário mínimo geraram divisão, com 61% contra a limitação do aumento real, e 36% a favor.

O Datafolha também mostra uma percepção geral de que o gasto público não é bem gerido. Para 45% dos entrevistados, há dinheiro suficiente, mas a avaliação é que ele é mal aplicado. Outros  35% consideram que os recursos são escassos e mal aplicados.

Em relação às propostas de reforma tributária, as isenções para rendas até R$ 5.000 foram bem recebidas, com 70% dos entrevistados a favor. Já a criação de uma tributação mínima para rendimentos mensais acima de R$ 50 mil obteve um apoio ainda maior, com 77% favoráveis.

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