ouça este conteúdo
|
readme
|
O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira (13) documento que traz perspectivas para o ano de 2025, no qual avalia que a economia brasileira deverá desacelerar e que a inflação continuará estável em 4,8% neste ano.
Além disso, na avaliação da pasta, as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre aço e alumínio “devem exercer impacto limitado nas exportações brasileiras, se efetivamente implementadas”.
“As exportações brasileiras de produtos de ferro, aço e alumínio para os Estados Unidos corresponderam a apenas 1,9% do valor total exportado pelo Brasil em 2024, mas a cerca de 40,8% do valor total de ferro, aço e alumínio exportado. Nesse sentido, tarifas de 25% sobre importações de produtos de ferro, aço e alumínio devem ter impactos relevantes na indústria de metalurgia, porém limitados no total das exportações e no PIB brasileiro”, informou.
Quanto à projeção do Produto Interno Bruto (PIB), ela passou de 2,5% para 2,3%. Segundo o documento, a expectativa de desaceleração do crescimento é atribuída ao ciclo contracionista da política monetária e fiscal.
“A previsão até novembro de 2024 era de crescimento de 2,5%, porém o aumento na taxa de juros básica e o cenário conjuntural externo levaram à expectativa de menor ritmo de expansão da atividade em 2025”, diz o relatório.
A projeção da Fazenda é um pouco superior à do mercado. Segundo o boletim Focus publicado pelo Banco Central nesta segunda-feira (10), os agentes do mercado preveem que a economia do país cresça 2,03% neste ano.
Já para o crescimento da inflação, o Ministério da Fazenda revisou sua projeção de 3,6% para 4,8% em 2025. Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, deve registrar estabilidade frente ao ano passado, quando avançou 4,83%. O governo avaliou que a inflação continuará pressionada por “efeitos defasados” da alta do dólar e pela inércia (repasse da inflação passada), acima do teto de 4,5% do sistema de metas.
“O comportamento esperado é distinto entre categorias da inflação. O prognóstico inicial é de desaceleração nos preços de alimentação no domicílio e de estabilidade da inflação de serviços. Em contrapartida, a inflação de monitorados e de bens industriais deverá subir. A inflação de livres deverá cair de 4,9% em 2024 para 4,7% em 2025, compensando o avanço da inflação de monitorados, de 4,6% para cerca de 5%”, informou o governo.
Fazenda mantém meta fiscal de déficit zero
Segundo o documento, a Fazenda irá perseguir em 2025 o fortalecimento do arcabouço fiscal, buscando atingir a meta de resultado primário.
“A estratégia de política fiscal para 2025 segue direcionada para a continuidade do processo de busca por sustentabilidade fiscal, com foco no atingimento da meta de resultado primário, na implementação das medidas de fortalecimento do arcabouço fiscal e no reforço das condições para a estabilização do crescimento do endividamento”, diz o documento.
A meta fiscal para o ano é de déficit zero, mas, pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode entregar um déficit de até 0,25% do PIB.
Segundo a Fazenda, novas medidas de cortes de gastos visando cumprir a meta não estão descartadas.
“Medidas de revisão de gastos para o fortalecimento do arcabouço fiscal estão em constante avaliação pelo governo federal”, afirma o relatório.
Relacionados
Rodrigo Vianna: números desmentem fake news bolsonarista sobre inflação dos alimentos
Direita ignora inflação dos alimentos na gestão Bolsonaro
O foco da oposição para desgastar o governo nas redes
Desgaste político e aumento no custo de vida são as apostas da oposição
Sindicato alerta: direita prepara nova campanha de desinformação contra medida da Fazenda
Proposta um ajuste do benefício para portadores de doenças graves poderia ter péssima repercussão