O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, declarou nesta sexta-feira (28) que o governo brasileiro aguardará até o dia 2 de abril para decidir quais medidas tomará em resposta às tarifas de Trump impostas pelos Estados Unidos sobre a importação de aço e alumínio, conforme noticiado pelo Metrópoles.
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que, a partir da próxima quarta-feira (2), serão aplicadas tarifas recíprocas contra países cujas relações comerciais com os EUA sejam consideradas desvantajosas. “No dia 2 de abril, tarifas recíprocas serão adotadas. Não deixaremos mais que os Estados Unidos sejam roubados por outros países. Não pagaremos mais subsídios de centenas de bilhões de dólares ao Canadá e México”, afirmou Trump.
Tarifas de Trump atingem indústria brasileira
A medida prevê uma taxa de 25% sobre a importação de aço e alumínio, impactando diretamente a indústria brasileira. Somente em 2024, o Brasil exportou aproximadamente 4 milhões de toneladas desses produtos para os EUA, representando 15,5% do total adquirido pelos norte-americanos no setor.
Durante a inauguração de uma fábrica de medicamentos da Fresenius Medical Care, em Jaguariúna (SP), Alckmin enfatizou a importância do fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e criticou a decisão do governo norte-americano. “O Brasil tem 200 anos de amizade e parceria com os Estados Unidos, dois séculos. Então, nós temos quase 4 mil empresas no Brasil americanas, trabalhando, gerando riquezas, acho que nós íamos fazer o inverso, nós deveríamos ampliar a complementaridade econômica, nos parece um equívoco o que foi feito”, pontuou.
O presidente em exercício também argumentou que, considerando o superávit que os Estados Unidos mantêm na balança comercial com o Brasil, o país não deveria ser incluído nas novas tarifas. “Vamos aguardar o dia 2 de abril, porque o Brasil deveria estar fora de qualquer tributação. Porque na realidade os Estados Unidos têm um grande superávit com o Brasil”, afirmou.
O governo brasileiro, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, está acompanhando o assunto e mantendo diálogos com representantes da Casa Branca, buscando reverter a inclusão do país nas novas tarifas.
Relacionados
China desistiu de acordo sobre TikTok por causa das tarifas dos EUA, diz Trump
ByteDance diz que negociações com os EUA estão em curso, mas que nada foi aprovado pelo governo chinês
Donald Trump, o Caim da Terra
Há uma genealogia de Cains ao largo da história que assassinaram, degolaram e exterminaram nações
Bolsas asiáticas e europeias desabam por temor de guerra comercial em larga escala
Nos mercados asiáticos, todos os valores foram afetados, das empresas de tecnologia até automóveis, passando por bancos