A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionou ex-ministros do governo Jair Bolsonaro, além de deputados e senadores aliados e da oposição, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-governadores. É o que apontam as investigações da Polícia Federal. A informação é do Jornal da Band.
De acordo com a PF, foram alvo da Abin Paralela os ex-ministros Abraham Weintraub (Educação), Anderson Torres (Justiça), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e o antecessor dela na pasta, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz. O militar rompeu com o ex-presidente após seis meses de governo, em 2019.
Os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes também foram monitorados pela Abin.
DEPUTADOS E SENADORES
As investigações da PF apontam ainda que a Abin monitorou ilegalmente o deputado governista Kim Kataguiri (União Brasil/SP) e o ex-deputado Alexandre Frota (à época no PSL, mesmo partido de Jair Bolsonaro). Também foi alvo de monitoramento o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Diversos senadores também foram espionados pela Abin, principalmente aqueles que participaram da CPI da Covid, em 2021. Foram alvo dos monitoramentos Otto Alencar (PSD/BA), Rogério Carvalho (PT/SE), Omar Azis (PSD/AM), Humberto Costa (PT /PE), Alessandro Vieira (MDB/SE), Renan Calheiros (MDB/AL), Simone Tebet (MDB/MS), Soraya Thronicke (Podemos/MS) e Randolfe Rodrigues (sem partido/AC).
“A violação dos direitos fundamentais à vida privada, à honra e ao sigilo pessoal remetem às páginas mais autoritárias e obscuras da história do Brasil e da humanidade. Quaisquer indícios de violações a tais direitos devem ser rigorosamente apuradas e punidas. Por ora, aguardamos manifestação oficial quanto às autoridades que foram bisbilhotadas pela arapongagem instaurada no governo anterior. Mas fica cada vez mais evidente que a eleição de Lula salvou o Brasil do abismo de um autoritarismo de proporções catastróficas”, disse, na rede social X, o senador Randolfe Rodrigues.
EX-GOVERNADORES
As investigações apontaram ainda que o ex-governador João Doria Jr. (São Paulo), que foi eleito com apoio de Bolsonaro, também foi alvo da Abin, assim como o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana.
SOFTWARE ESPIÃO
Atualmente, PF investiga o uso do software espião First Mile, comprado pela Abin em 2018 e que teria sido utilizado por integrantes da agência para espionar ilegalmente autoridades, jornalistas e adversários políticos de Jair Bolsonaro (PL), à época presidente da República.
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